Menu
Busca quinta, 05 de dezembro de 2024
Busca
(67) 3345-4200
Campo Grande
Previsão do tempo
24º
BOI GORDO

Arroba segue com tendência de baixa nas praças pecuárias brasileiras

Os frigoríficos mantêm pressão sobre as cotações, enquanto pecuaristas aguardam por "dias melhores" para vender os seus lotes neste período de entressafra

17 agosto 2022 - 07h33Por DBO Rural

Nesta terça-feira, 16 de agosto, o mercado físico do boi gordo seguiu com a mesma toada observada nos últimos dias, ou seja, os frigoríficos continuam cadenciando as suas compras de lotes de animais terminados, ainda favorecidos pelas escalas de abate bastante confortáveis, enquanto os pecuaristas se esforçam para não entregar o seus lotes a preços inferiores ao patamares atuais.

Com isso, a Scot Consultoria identificou estabilidade nos preços da arroba nas praças do interior de São Paulo, apesar da forte pressão de baixa imposta pelas indústrias locais. “As ofertas de compra, quando apregoadas, estão abaixo da referência vigente”, ressalta a Scot.

Porém, continua a consultoria, o boi gordo paulista direcionado ao mercado doméstico (sem prêmio-exportação) segue valendo R$ 300/@ no interior paulista, enquanto a vaca e a novilha gordas são negociadas por R$ 278/@ e R$ 292/@, respectivamente (preços brutos e a prazo).

Negócios envolvendo lotes destinados ao mercado externos (o chamado boi-China) são fechados por R$ 310/@ nas mesmas praças de São Paulo, acrescenta a Scot. Pela apuração da IHS Markit, o mercado brasileiro do boi gordo registrou uma leve melhoria de liquidez nesta terça-feira, reflexo da pressão exercida pelos frigoríficos, combinada com o quadro de seca registrado nas principais regiões pecuárias, o que impossibilita, em muitos casos, a estratégia de manutenção dos lotes gordos nas fazendas (até que surjam melhores ofertas).

“O espaço para o movimento de baixa nos preços da arroba reflete a menor possibilidade de retenção de animais nas propriedades, tanto nas regiões onde há confinamento e/ou semiconfinamento, como nas praças onde ainda há registro de lotes de boiada terminados em pasto”, ressalta a IHS.

Na região Centro-Sul do País, os elevados valores pagos nas diárias dos boiteis prejudicam a estratégia de manter por mais tempo os animais nos confinamentos, relata a IHS. “Quando os lotes atingem o peso ideal de abate, muitos pecuaristas optam por ofertar quase que imediatamente o gado ao mercado, estratégia que busca mitigar os riscos e garantir margens minimamente lucrativas com a operação”, acrescenta a consultoria.

Nas regiões Norte e Nordeste do País, as ofertas oriundas de confinamentos são pontuais e o mercado ainda se baliza pela disponibilidade de animais terminados à pasto, informa a IHS. Segundo a consultoria, as exportações brasileiras de carne bovina ainda seguem como fator importante e que norteiam o comportamento da cadeia de produção de carne bovina brasileira.

Dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostraram uma retomada dos embarques da proteína a partir da segunda semana de agosto, depois do ritmo mais fraco registrado na primeira semana do mês (que havia registrado desempenho inferior ao observado em agosto de 2021).

Além da recuperação as exportações, o setor ainda opera com perspectiva de consumo interno de carne bovina minimamente consistente, em função da entrada da massa salarial por ocasião do programa de renda estipulado pelo governo federal.

Esses dois fatores (melhoria da demanda interna e o maior apetite comprador dos frigoríficos exportadores), dizem os analistas, podem estimular a tão esperada escalada da arroba do boi gordo neste período de entressafra.