Conforme levantamento da diretoria da Central de Abastecimento de Mato Grosso do Sul (Ceasa-MS), a redução de alimentos chegou a 80% entre terça (1º) e quarta-feira (2) em Campo Grande.
Com o fim dos bloqueios noticiados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), a movimentação nas vias tende a se normalizar. Até o fim da última quarta de Finados, R$ 404 mil em multas foram aplicadas em todo o Estado
Em nota, a Ceasa disse que em razão dos bloqueios das estradas, houve uma redução de 50% na chegada dos caminhões, e o fluxo caiu de 108 para 54 veículos em comparação ao mesmo período da última semana.
Em média, 1.547 toneladas de mercadorias chegam semanalmente à Central, números que não passaram de 600 toneladas nos últimos dias.
Segundo o diretor da Ceasa, Daniel Mamédio do Nascimento, os preços já começam a subir, refletindo a diminuição da oferta. A batata foi de R$ 110 para R$ 180 o saco de 25kg. Aumento de 62%.
Conforme a direção, todos os produtos tiveram entrega reduzida, destaque ao abacaxi, produto que não teve nenhuma entrada registrada na quarta-feira (2).
Produtos
Para se ter outro parâmetro comparativo, na segunda-feira da semana passada (24/10) a Ceasa-MS recebeu 63.243 toneladas de abacaxi e nesta segunda-feira (31), apenas 21.120 toneladas, redução de 70%.
A cebola, que é trazida de SP, MG, GO, MT, SC, RS e também de Mato Grosso do Sul, teve diminuição de 77% do volume total nesses dias, passando de 57,1 toneladas na semana passada para 13,46 toneladas no início desta semana.
Não houve registro de entrada do produto na terça-feira, e o total contabilizado na semana foi de 5,05 toneladas. No mesmo período da semana passada a Central recebeu 41 toneladas de melancia.
Goiaba, maçã, melão e pêra entraram na lista dos produtos que não registraram entrada na CEASA/MS nesses dias de paralisação.
“No geral, a diminuição na entrada de mercadorias foi de aproximadamente 65%, prejudicando não só os vendedores como também os compradores que não conseguem chegar para comprar e levar para seus municípios”, afirmou Mamédio em nota.
Em resposta, o secretário da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, disse que a redução se deu mais em razão das interdições ocorridas fora de Mato Grosso do Sul do que dentro do Estado.
“Isso mostra claramente como os bloqueios afetaram diretamente os consumidores. Imediatamente tivemos um aumento de preços e a diminuição na oferta de produtos com apenas alguns dias de paralisação”, afirmou.