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BOI GORDO

Analistas recomendam atenção aos pecuaristas neste início de maio

Indústrias seguem trabalhando com boas escalas de abate e a seca começa a surgir nas regiões pecuárias do Brasil Central, o que exige cautela aos negociantes de boiadas gordas

07 maio 2024 - 07h31Por DBO Rural

O período seco começa a ameaçar a qualidade dos pastos no Brasil Central e, com isso, cresce a necessidade de ajustes nas lotações das fazendas de corte, gerando um maior volume de ofertas de boiadas gordas ao mercado, relata a Agrifatto.

“Como as indústrias frigoríficas brasileiras já estão bem abastecidas (com escalas de abate preenchidas em 10 dias úteis na média nacional), a pressão negativa se volta aos preços ofertados aos pecuaristas”, acrescenta a consultoria.

Com exceção do Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul, todos os Estados com grande produção pecuária tiveram recuo nas cotações do boi gordo na última semana, com São Paulo capitaneando a queda, segundo dados da Agrifattto.

Na B3, o sentimento negativo tomou conta dos contratos futuros do boi gordo. O vencimento para maio/24 foi o que mais perdeu força pela segunda semana consecutiva, fechando sexta-feira a R$ 229,75/@, com um recuo semanal de 1,31%, o menor nível desde o dia 10/04/24.

Além da chegada da seca, diz a Agrifatto, vale ressaltar o desempenho do dólar nos últimos dias, que saiu do patamar de R$ 5,28 no dia 16/04/24 para R$ 5,07 na última sexta-feira (03/05/24).  “Isso afeta a competitividade da carne bovina brasileira no mercado internacional”, afirma a consultoria.

Em dólares, a cotação do boi paulista fechou a última sexta-feira no maior patamar desde o dia 28/03/24, cotado a US$ 46,11/@, informa a Agrifatto. “Ainda que esteja bem competitivo no mercado internacional, uma das motivações para a desvalorização do boi gordo na B3 nas últimas semanas pode ser o fortalecimento do real”, acreditam os analistas.

Porém, até o momento, as exportações de carne bovina brasileira estão em ritmo forte, e as indústrias brasileiras seguem obtendo margens positivas no mercado interno.

“O quadro é bem positivo, com as indústrias começando o décimo mês consecutivo com o preço da carcaça casada do boi castrado em São Paulo acima do preço pago no boi gordo”, afirma a Agrifatto, ressaltando: “Os frigoríficos conseguem vender a carcaça com um preço maior que o valor pago no animal para abate, reforçando as boas margens neste momento”.

Nesse sentindo, observam os analistas da Agrifatto, as indústrias até poderiam pagar mais pelo boi gordo, mas não há um movimento em direção a isso, já que as escalas de abate seguem alongadas em boa parte do País.

“Com isso, a B3 seguirá sem pagar ágios tão grandes frente os preços físicos, com receio de que a oferta continuará abastada e as cotações pressionadas para baixo”, afirma a Agrifatto.

Ontem (6/5), em uma calmaria típica de segundas-feiras, o preço médio do boi gordo em São Paulo permaneceu em R$ 230/@ (média entre os valores do animal macho “comum” e o “boi-China”), de acordo com os dados da Agrifatto.

Pelos número das Scot Consultoria, no mercado paulista, o boi comum está cotado em R$ 232/@, a vaca em R$ 205/@ e a novilha em R$ 220/@ (preços brutos e a prazo). A arroba do “boi China” está em R$235 (base SP), com ágio de R$ 3/@ sobre o animal “comum”.