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PECUÁRIA

Ágio do boi magro sobre boi gordo segue em queda nas principais praças

Pelos dados do Imea, o ágio atual do animal de 12@ sobre o valor do macho terminado gira em 15% nas praças do Mato Grosso

17 maio 2022 - 12h27Por DBO Rural

O ágio de preço da arroba do boi magro sobre a arroba do boi gordo vem recuando fortemente nas últimas semanas, em razão do avanço na oferta de categorias mais jovens ao mercado e, ao mesmo tempo, da maior firmeza nas cotações internas do macho terminado, ainda sustentados pelo bom ritmo das exportações brasileiras de carne bovina, informam analistas de mercado.

“As informações que temos de compradores de todo o Brasil é que os preços do animal magro (12@) estão alinhados aos valores de boi gordo”, afirma ao Portal DBO o médico veterinário Leandro Bovo, sócio-diretor da Radar Investimentos, com escritório na capital paulista.

Tal conjuntura, continua Bovo, raramente é vista no mercado pecuário brasileiro. “Não é exagero; a situação hoje é essa”, ressalta ele. Em conversa com o Portal DBO, Hyberville Neto, diretor e proprietário da HN Agro (Bebedouro, SP), diz que a atual “tendência de redução no ágio do boi magro reflete o início da fase de baixa do ciclo pecuário”.

“Como sempre ocorre no processo de mudança no ciclo pecuário, a oferta de animais ao mercado começa a aumentar pelas categorias mais jovens”, observa.Segundo Neto, embora a tendência seja de redução no ágio, os preços de referência da arroba do boi magro ainda são superiores aos valores do boi gordo – pelo menos este é quatro observado pelo analista da HN Agro nas praças do Mato Grosso, o Estado com maior rebanho de bovinos de corte do País.

Imea

Conforme dados apurados pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária, o preço médio atual do boi magro (em 16/5) nas regiões do MT é de R$ 331,79/@, ante um valor médio de R$ 288,33/@ para o boi gordo, o que significa um ágio de 15,1% para a categoria de 12@.

Em janeiro deste ano, esse ágio estava em quase 19% e, no mesmo período do ano passado (em 16/5/2021), oscilava na casa dos 20%, compara Neto. No entanto, segundo Leandro Bovo, a queda no ágio do boi magro é o único alento que existe para os pecuaristas habituados ao uso da estratégia de confinamento dos animais no período de entressafra. “A atividade (de engorda intensiva no cocho) vai ser muito difícil neste ano, já que o custo da comida (milho e soja) explodiu”, afirma.

Além disso, continua ele, outro fator importante é o custo do capital, que subiu muito nos últimos meses. Como o confinamento é uma atividade muito intensiva em capital, o aumento do custo do dinheiro (dado pela taxa Selic) afeta significativamente a atividade de engorda intensiva.

Hoje, relata Bovo, é possível obter rentabilidade de até 1% ao mês em títulos de renda fixa. “Logo, para investir em confinamento teria, o pecuarista teria que trabalhar com uma expectativa de ganho bem superior a isso”.

A alta dos juros, continua o diretor da Radar, também afeta o confinador que toma dinheiro no mercado, encarecendo o seu custo de capital. “Somando tudo isso com um mercado futuro com pouco ou nenhum ágio sobre os preços atuais, temos uma expectativa não muito interessante para o confinamento”, sentencia Bovo.