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Adiada assembleia do frigorífico Independência

07 junho 2010 - 00h00Por Famasul.

A primeira convocação de assembleia emitida pelo Independência S/A e Nova Carne Indústria de Alimentos Ltda aos credores deveria acontecer nesta quarta-feira (02) em São Paulo, porém pela falta de quórum foi adiada. A segunda convocação acontece dia 11 de junho. Para que a reunião acontecesse era preciso que mais de 50% das três categorias de credores estivessem presentes. Na convocação de hoje compareceram 70% da categoria de credores com garantia de recebimento, porém nenhum membro da categoria dos quirografários – credores sem garantia de recebimento – esteve presente.  A terceira categoria, a trabalhista, teve seus débitos quitados e também não teve nenhum representante.

A convocação de assembleia foi emitida pela rede frigorífica baseada na justificativa de adequação, ajuste ou modificação do Plano de Recuperação Judicial aprovado em assembleia realizada em novembro do ano passado.O assessor jurídico da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul), Carlo Daniel Coldibelli, que esteve presente durante a reunião representando a entidade, ressalta que o resultado já era esperado. “Infelizmente não houve quórum. O momento agora é comparecer no dia 11 para vermos o real teor da convocação, que até então está muito subjetivo”, garante.

De acordo com o presidente do Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira, foi tentado contato com o frigorífico Independência para que fosse esclarecido o real motivo da convocação de assembleia. “Tentamos fazer contato com eles para que pudéssemos adquirir estratégias durante a reunião, porém nada foi nos repassado”, afirma. O dirigente ainda destaca a importância de alertar o credor antes e durante a reunião, para que da mesma forma “não fossem feitas propostas indecorosas” aos mesmos.

No Estado, 284 produtores se pronunciaram como credores com valores a receber do Independência. Desses, 184 já tiveram suas dívidas quitadas em março, os outros 100 restantes concentram a maior parte dos valores a receber, que corresponde a 79,07% do total devido aos credores sul-mato-grossenses. O total da dívida acordado a produtores de MS foi de R$ 42,8 milhões.

Balanço - De acordo com Nogueira, os fechamentos das plantas espalhadas por todo o País foram uma surpresa. “O mercado interno e externo estava se recuperando, nós esperávamos que o setor pudesse se recuperar também, mas infelizmente a realidade é outra. Os frigoríficos gastaram e investiram além do que deviam, provocando o prejuízo do produtor”, aponta. Ele ressalta a informalidade e a volatilidade do setor como os principais motivos dos últimos acontecimentos.

Quantos aos mecanismos e propostas, Antenor Nogueira menciona a campanha “Boi à vista”, lançada em todas as federações com o objetivo de conscientizar o produtor rural a não vender seu gado a prazo. “A solução imediata para toda essa problemática é só uma: vender o gado à vista”, conclui.