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A braquiária que podemos ter daqui a 5 anos

25 fevereiro 2010 - 00h00

Uma braquiária alta e volumosa, palatável, com grande valor nutritivo, resistente a cigarrinha e que seria ideal para a pecuária intensiva, inclusive a leiteira. Se você nunca viu algo assim, não se preocupe, ela ainda não existe. Pelo menos não comercialmente.

Essa cultivar da brizantha ainda está em fase de desenvolvimento nos laboratórios e campos da Embrapa Gado de Corte (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), em Campo Grande. “Até o momento, as vantagens apresentadas por essa planta são: a resistência à cigarrinha e boa produção de sementes”, explica a pesquisadora Cassilda Borges do Valle, responsável pelo projeto.

A nova planta tem essas duas principais características comparativas com relação à variedade que já está no mercado. Sendo que, segundo a pesquisadora, a grande capacidade que tem em produzir sementes deve fazer com que o produto fique mais barato para o pecuarista. Entretanto, se a planta passar nos testes restantes, o produtor só vai ter acesso a esse novo tipo de pastagem daqui uns cinco anos.

Conforme Cassilda, a cultivar está na fase onde são testados os valores de cultivo e uso a campo e, depois disso, ainda tem o teste de pastejo. “Nessa etapa verificamos a capacidade que a variedade tem de sustentar os animais, para isso checamos o peso de cada um que foi colocado no piquete a cada 28 dias. Imaginamos que tenha um alto valor produtivo”, adianta, lembrando que um dos problemas que esse capim tem é o manejo. “Ele se espalha de maneira não muito uniforme”, revela.

Outra braquiária que está na mesma fase de testes é um que usa como base a brizantha e a ruziziensis. Segundo a pesquisadora, já há três tipos de brizantha no mercado. “Mas ainda é pouco se levarmos em consideração todos os tipos de clima e sistemas de produção que temos no Brasil”, justifica. “Nossa bandeira é a diversificação”. Todos esses testes pelos quais as potenciais novas pastagens passam são exigências do Mapa (Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento) e são uma garantia de que as variedades vão cumprir aquilo que prometem.

São avaliados a capacidade de produção, resistência a pragas e intempéries e ainda se são adaptadas a todos os biomas do Brasil. “Tudo isso demanda tempo e muito dinheiro”. Contudo, essas novas pastagens que estão sendo produzidas aqui, são somente para o cerrado. “O ideal seria que os testes fossem feitos também nos demais biomas, porque eu sei que essas sementes vão acabar parando longe e o produtor não vai ter informação de como a planta vai reagir”, esclarece.

Ainda em 2010 Se as duas variedades acima só estarão à disposição em mais cinco anos, há uma nova variedade de braquiária que deve ser lançada ainda em 2010, é a Tupi. Depois da Xaraés e da Piatã, a Embrapa, em parceria com a Unipasto (Associação para o Fomento à Pesquisa de Melhoramento de Forrageiras Tropicais) , vai colocar no mercado outra humidícola.

De acordo com a pesquisadora Cassilda Borges do Valle, essa nova pastagem tem “ótimo crescimento, mais valor nutritivo, resistência a seca, tolerante a cigarrinha e bem adaptada a áreas úmidas”. A data para o lançamento ainda não está marcada, mas é provável que esteja à disposição no comércio ainda este ano. O certo é que ela é mais uma excelente opção para a pecuária desenvolvida para a realidade da pecuária brasileira.