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Economia

EUA: Economia pode prejudicar demanda por carne

14 junho 2010 - 00h00Por BeefPoint.

A instabilidade econômica dos Estados Unidos poderá ser prejudicial para os produtores de carne bovina. A melhora nos preços do gado restaurou os lucros dos produtores de carne nessa primavera após pelo menos dois anos de perdas. Se esses altos preços continuarem, prejudicarão bastante a demanda, disseram economistas, e os sinais recentes não são muito encorajadores.

O crescimento nos empregos no mês passado foi menor do que o esperado e o desemprego nos Estados Unidos, de 9,7%, permanece próximo ao nível mais alto dos últimos 27 anos. Já se esperava que o consumo de carne bovina do país nesse ano caísse para um nível próximo do mais baixo dos últimos 60 anos e a lenta economia está aumentando as dúvidas sobre a disposição dos consumidores de pagarem mais caro pela carne bovina, ao invés de comprarem carne de frango, que é mais barata, disseram analistas.

"A história consistente até agora é de demanda mais fraca do que o esperado", disse o professor assistente de produção animal e comercialização de carnes da Universidade do Estado de Kansas, Glynn Tonsor. "Em curto prazo, não prevejo notável reversão dessa tendência multi-anual".

No mês passado, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em seu relatório mensal de Oferta e Demanda, cortou sua projeção para o consumo de carne bovina dos Estados Unidos em 2010 para 26,89 quilos por pessoa com relação à estimativa anterior, de 27,07 quilos. Esse dado revisado é 3,1% menor do que o de 2009 e deverá ser o menor consumo per capita desde 1952, de acordo com dados do USDA.

Dentre as principais carnes, a demanda de carne bovina é a mais sensível às tendências de emprego e renda familiar, disse Tonsor. "A atual fraqueza na demanda por carne bovina está, em grande parte, relacionada às menores rendas dos consumidores". Com muitos norte-americanos ainda desempregados, haverá menos renda disponível para compra de carne bovina.

Dados recentes confirmam essas previsões do USDA. Durante as quatro semanas que terminaram em 25 de abril, as vendas de carne bovina no varejo dos Estados Unidos totalizaram 144 mil toneladas, 2,3% a menos que no mesmo período de 2009, de acordo com a FreshLook Marketing Group. Em termos de valor, as vendas aumentaram em 0,1%, para US$ 1,18 bilhão. Em comparação, as vendas de carne de frango durante o período aumentaram em 2% em volume e em 1,3% em valor.

Os preços atacadistas da carne bovina aumentaram para valores próximos aos mais altos dos últimos dois anos em maio à medida que o pico da demanda no verão se aproxima. "Todos estavam esperando que as vendas de carne bovina no Memorial Day indicariam as vendas no resto do verão", disseram os analistas Steve Meyer e Len Steiner. Embora as vendas antes do Memorial Day tenham sido boas, como era esperado, os analistas disseram que "o que vem desapontando é a continuação do negócio. Parece para nós que, uma vez que as atrações do Memorial Day acabarem, os varejistas voltarão aos itens mais baratos de carne".

"A recessão pode ter acabado no papel, mas muitas pessoas continuam lutando com suas dívidas e menores valores de propriedades", disseram Meyer e Steiner. "Do lado da demanda, as coisas não parecem estar tão boas como alguns esperavam".

Embora os preços futuros tenham caído com relação aos picos atingidos em abril e maio, mais declínios nos preços podem ser limitados por causa da redução no estoque de animais. O número de bovinos confinados no começo de maio caiu para o mais baixo dos últimos seis anos.