A perda de competitividade das exportações brasileiras do agronegócio em virtude da persistente valorização do real em relação ao dólar sofreu significativo aprofundamento no terceiro trimestre deste ano, de acordo com índices do Cepea/Esalq baseados em volumes e em preços dos embarques de uma cesta de 13 produtos nas moedas brasileira e americana.
Até junho, informou o Cepea, o "real pressionado compensava em parte a queda de preços em dólares, incentivando as vendas do agronegócio no mercado externo". Com o comportamento de câmbio e preços entre julho e setembro, essa compensação deixou de existir e afetou o balanço da competitividade nos primeiros nove meses do ano.
De janeiro a setembro, calculou o Cepea, o índice que mede os preços em dólar (IPE-Agro) caiu 12,08%, o índice da taxa de câmbio efetiva real do agronegócio (IC-Agro) registrou variação negativa de 8,12% e houve redução de 4,92% no índice dos preços dos embarques em real (IAT-Agro), que ao fim e ao cabo é o que mensura a atratividade das exportações.
Dos produtos exportados pelo país, destaca o Cepea, os piores desempenhos de preços em reais de janeiro a setembro foram os do óleo de soja, de papel e celulose e da carne suína. Os três tiveram perdas de mais de 23%. O milho não faz parte do levantamento.