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Três Lagoas se destaca na criação de ovinos

17 março 2014 - 00h00Por Assessoria de Imprensa do Sindicato Rural
A ovelha foi um dos primeiros animais domesticados pelo homem. Com as mais simples práticas, a atividade de criação se expandiu pelo mundo, recebendo o nome de ovinocultura, parte da zootecnia que trata do estudo e da criação ovinos. 
 
Em Três Lagoas, essa atividade é explorada pelos veterinários, Wilson e Pedro Henrique Paro, que destacam que este trabalho exige muita dedicação e carinho, sendo que deve ser desenvolvida em pequenas e médias propriedades, com alta tecnologia. “No nosso Estado a ovinocultura ainda é pouco explorada. A maioria das pessoas estão em nichos da silvicultura e da pecuária”, ressalta Wilson Paro. 
 
O projeto, iniciado pela família, está em desenvolvimento e busca na tecnologia, o diferencial da criação. “O nosso objetivo é conseguir um rebanho de 1500 matrizes em aproximadamente três anos. É feito um trabalho muito intenso para isso, com vários profissionais envolvidos, buscando sempre melhorar os resultados. As ovelhas ficam no Distrito de Arapuá e queremos trabalhar com a pastagem irrigada que irá criar as matrizes. Buscamos sempre um cordeiro de boa qualidade”, reforça Pedro Henrique. 
 
Um dos fatores falados durante a entrevista foi sobre a questão da organização da cadeia mercadológica. Segundo os veterinários, o ciclo de desenvolvimento e os fatores ligados ao produto, devem ser feitos de forma integrada. “Precisamos pensar em tudo, inclusive na qualidade dos frigoríficos, abatedores e até no consumidor final. Tudo isso funcionamento corretamente, teremos um produto de qualidade e a satisfação do cliente”, conclui Wilson. 
 
Wilson e Pedro dizem ainda que em Três Lagoas, aproximadamente 12 criadores estão entrando nessa atividade, só que falta a formação de um núcleo de produtores, para juntos, pensar em ações voltadas ao mercado, compra de insumos e melhor poder de negócio. 
 
“Para ser rentável, precisa-se ter em média 500 matrizes. Ai a atividade vai embora com resultados. Hoje, importamos aproximadamente 70% da carne de cordeiro. Para conseguir um animal de qualidade, entre 120 a 150 dias (cordeiro), com um bom acabamento de carcaça, entre outros fatores, exige-se boa gestão, com manejo criterioso, utilizando-se de boas raças e cruzamentos de qualidade”, ressalta o veterinário Pedro Henrique Paro. 
 
Pedro diz também que manejo de cria, funciona com estação de monta de 60 dias, fazendo avaliação de ultrassonografia após 45 dias, permitindo uma segunda chance para as ovelhas vazias. Essas são ações que contribuem para obter bons índices zootécnicos. A família está em busca de cumprir a meta de abater um cordeiro com 120 dias, com 15kg de carcaça acabada.

Números 
Segundo dados do IBGE –Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, no ano de 2010, houve um aumento de 3,4 % dos ovinos no Brasil. O rebanho de Mato Grosso do Sul está em 497.000 cabeças. Já para a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (IAGRO), Três Lagoas está em segundo lugar no ranking de criadores de ovelhas. A cidade possui em média 19.679 cabeças, perdendo apenas para Campo Grande com 20.505. 
 
Por ser uma atividade que tem rentabilidade, a família Paro aposta em uma carne de boa qualidade, pois sabe que o consumo de carne de ovelha vem crescendo bastante.No Brasil o consumo per capita, que era de 250g, hoje já está em torno de 800g ano.
 
Benefícios da carne de cordeiro 
Segundo informações retiradas do site Nutri Brazil  dentre as outras carnes vermelhas, a do cordeiro é que a tem maior destaque devido o seu alto valor nutritivo. Além de macia, ela é rica em vitaminas do complexo B, ferro, fósforo, cálcio e potássio. Por ser facilmente digerível e raramente associada a alergias alimentares, a carne de carneiro é uma boa fonte de proteínas para pessoas de todas as idades. 

Dados
A Associação Sul – Matogrossense de Criadores de Ovinos (ASSMACO), foi criada com o objetivo de aprimorar cada vez mais os interesses dos criadores de ovinos. Resultados já são visíveis. Recentemente Mato Grosso do Sul foi o primeiro Estado a realizar uma reunião para o lançamento oficial da PDOA – Propriedade de Densanso de Ovinos para Abate. A iniciativa da propriedade de descanso é do Sistema Famasul, junto a Superintendência Federal da Agricultura (SFA/MS), Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (IAGRO), Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz-MS), Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo (Seprotur), Câmara Setorial da Ovinocultura e a Asmaco. 
 
O Sindicato Rural de Três Lagoas também esteve presente nessa reunião, juntamente com a família Paro, que foi acompanhar as mudanças que ocorreram. Leia abaixo o que muda no embarque de animas através da PDOA.
 
 
1 – Os produtores combinam entre si a data de embarque;
 
 
2 – Apartam os animais conforme a determinação do frigorífico comprador e na quantidade suficiente para envio de caminhão ou carreta para transporte;
 
 
3 – O produtor emite GTA e NF direto para o frigorífico informando que passará por uma PDOA previamente cadastrada;
 
 
4 – Os animais são enviados para PDOA na data combinada, podendo ser no dia ou um dia antes do embarque para o frigorífico;
 
 
5 – Na chegada, os animais são inspecionados e identificados pelo médico veterinário responsável pela PDOA, a identificação é feita com bastão marcador de forma que tanto no caminhão como na chegada ao frigorífico, os animais possam ser apartados por produtor;
 
 
6 – Os animais são destinados ao frigorífico utilizando um transporte único. Acompanha o caminhão uma ficha que relaciona os produtores, quantidade de animais de cada um e tipo de identificação dos animais para aparte;
 
 
7 – O frigorífico recebe e aparta esses animais por produtor. O abate é feito separadamente e fera os romanceios de abate também para o produtor;
 
 
8 – O acerto de pagamento dos animais é feito diretamente ao produtor que enviou os animais, não havendo comprometimento financeiro com a PDOA.
 
 
Assim, por meio desse sistema de embarque de animais, o produtores que produz animais para abate, em pequenas ou médias quantidades, poderá organizar melhor essa questão logística e conseguir bons resultados no seu produto final.