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Tarifa dos EUA tem impacto limitado, mas frigoríficos usam o tema para pressionar o preço do boi

A Nelore-MS (Associação Sul-Mato-Grossense dos Criadores de Nelore) denuncia tentativa de jogar o custo de disputas comerciais sobre o produtor brasileiro

16 julho 2025 - 10h46Por Da Assessoria de Imprensa | Nelore MS
Tarifa dos EUA tem impacto limitado, mas frigoríficos usam o tema para pressionar o preço do boi

A decisão dos Estados Unidos de aplicar uma tarifa de 50% sobre a carne bovina brasileira ganhou manchetes e gerou especulações no mercado. No entanto, o real impacto dessa medida na pecuária nacional é limitado — o que não impediu alguns frigoríficos de explorar o tema como pretexto para derrubar o preço do boi no campo, denuncia Paulo Matos, presidente da Nelore-MS. 

“Os EUA compram apenas 8% da carne que exportamos, o que representa 2,3% da produção brasileira. Falar em colapso de mercado interno é, no mínimo, má-fé. É um discurso criado para tentar jogar a conta dessas tarifas em cima do produtor, pagando menos pelo nosso boi,” destaca Matos.

Estudos técnicos feitos pela Associação apontam que mesmo com a redução de até 70% nos embarques para o mercado americano, o excedente seria de aproximadamente 160 mil toneladas no ano, algo em torno de 1,6% da produção brasileira, insuficiente para provocar uma queda expressiva nos preços.

“É claro que os frigoríficos querem ampliar margens e usam qualquer argumento para isso, mas o produtor rural não pode ser tratado como amortecedor dos problemas internacionais. Somos nós que geramos emprego, compramos insumos, maquinários e alimentamos o Brasil e o mundo,” reforça.

O mercado americano, segundo a Associação, absorve basicamente cortes desossados congelados, voltados à indústria de hambúrguer e processados, sem peso decisivo na precificação do boi gordo. Já a China permanece como o principal destino, com mais de 60% das exportações brasileiras.

“A conta é simples: quem vai pagar mais caro pelo hambúrguer são os consumidores americanos, não os produtores brasileiros,” conclui Matos.

A entidade destaca que seguirá em articulação com confederações nacionais, entidades do setor e o Itamaraty para defender o agro brasileiro, mantendo a vigilância contra práticas que possam desequilibrar ainda mais o mercado e prejudicar o pecuarista.

O presidente reforça o alerta, "produtor, fique atento, essa é uma manobra de frigoríficos para forçar criadores a vender o seu animal com preço abaixo da média".