Embrapa e Latina Seeds confirmaram, para o próximo dia 29 de outubro, às 19h30min (horário Brasília), o pré-lançamento oficial do Sistema Diamantino (mecanismo para renovação de áreas degradadas da pecuária com geração de renda durante o processo e sem conversão para trabalho ). O objetivo da tecnologia é permitir que o pecuarista brasileiro tenha acesso à nova (totalmente desenvolvida em Mato Grosso do Sul, mas com aplicabilidade em várias regiões do país) em tempo de experimentação no ciclo 2024/2025.
Na ocasião, pesquisadores da estatal e a direção da Latina Seeds, apresentaram o detalhamento técnico e aplicado do novo sistema. Para facilitar, tudo acontece de forma online e com acesso gratuito, aberto a qualquer cidadão. A transmissão será feita de forma exclusiva pela Embrapa através de seu canal no Youtube: https://www.youtube.com/live/nrQ7i1CQTlk .
O “Diamantino” segue o conceito de “renovação” da Embrapa, que “é restaurar a produção de forragem introduzindo uma nova espécie ou cultivar, em substituições à anterior”, procedimento geralmente indicado quando mais de 40% da pasta está degradada. No entanto, de forma simultânea, ele permite a agregação de renda através da produção de silagem, para uso na propriedade ou comercialização, amortizando ou bancando os custos (às vezes com sobras) da renovação. Como é um mecanismo de sustentabilidade com retorno para a própria bovinocultura de corte, carrega em seu slogan a expressão “Renovação para a pecuária”
2020/2024
Foram quatro anos de experimentos, pesquisas e validação de campo até sua configuração, que está sendo chancelada por meio de documento técnico da Embrapa para ser disponibilizada em breve. Além da cooperação técnica entre Embrapa e Latina Seeds, seu desenvolvimento também conta com a parceria da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária e Ambiental (Fundapam).
O estudo, cujo registro carregou a denominação “Sorgo com forrageiras para a integração da produção”, envolve avaliações de consórcios de Sorgão Gigante da Latina Seeds (biomassa) com Braquiária (capim Marandu) e Panicum (capim Zuri). A primeira fase da pesquisa ocorreu entre 2021/2022. A segunda, entre 2023 e 2024. A última etapa de coleta de amostras em área experimental, ocorreu no último dia 20 de março. Além de experimentos no âmbito da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS), a estruturação científica de validação do Sistema Diamantino conta com a participação voluntária de duas propriedades privadas: Sítio Cantinho do Céu (Jatei, MS) e Sítio Tropical (Vicentina, MS) .
Adoção
A pesquisadora da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS), Marciana Retore, explica que “o diferencial do Sistema Diamantino é na grande produção de volumoso para o período da seca conjugado com a renovação da pastagem. A expectativa é de que sejam adotadas em áreas de pastos degradados, tornando-os novamente produtivos, permitindo intensificar a produção peculiar”.
O analista Gessi Ceccon, também da Unidade de Pesquisa, localizada em Dourados, explica que o Sistema Diamantino deverá ser implantado no início do período chuvoso. A produção de silagem será obtida após 120 a 130 dias. Posteriormente, em um intervalo de mais 50 a 60 dias, o pasto estará pronto para o pastejo, justamente durante o período da estimativa.