Os Estados Unidos, um dos principais concorrentes do Brasil no mercado mundial da carne bovina, reduziram drasticamente o seu rebanho de bovinos de corte, especialmente de vacas. Em relatório recente, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) confirmou mais um ano de retração na pecuária de corte norte-americana.
De acordo com os dados colhidos, os estoques de gado totalizaram 89,27 milhões de cabeças em janeiro/23, uma queda de 3% em relação ao montante apurado em 1º de janeiro de 2022, de 92,1 milhões de cabeças.
O USDA estimou que o número de vacas de corte nos EUA caiu em mais de 1 milhão de cabeças na comparação anual, saindo de 29,98 milhões de cabeças, em janeiro/22, para 28,92 milhões de cabeças em janeiro/23 – uma baixa de 3,6%.
Isso coloca o tamanho do rebanho de vacas de corte norte-americano abaixo dos níveis de 2014 e o menor desde 1962, relata o professor Kenny Burdine, da Universidade de Kentucky, em texto publicado pelo portal norte-americano da Beef Magazine (www.beefmagazine.com).
“Não havia dúvida de que o rebanho de vacas de corte havia diminuído; era apenas uma questão de quanto menor”, observa Burdine. Segundo ele, uma combinação de clima seco, custos mais altos de insumos e altos preços das vacas de descarte resultaram em um aumento de 11% no abate de matrizes de corte em 2022. “Isso foi combinado com uma diminuição na retenção de novilhas à medida que mais novilhas entraram na cadeia de fornecimento de carne bovina”, acrescenta.
Embora os estoques de vacas de corte tendam a receber mais atenção, vários outros números são particularmente interessantes, relata o professor. As novilhas mantidas para substituição de vacas de corte caíram 6%, uma queda maior do que a observada no relatório de janeiro ou julho do ano passado.
Isso sugere reduções contínuas no tamanho do rebanho de vacas de corte no ano atual. “O número de vacas e as estimativas de retenção de novilhas sugerem que a produção de bezerros continuarão diminuindo no curto prazo”, acredita Burdine.