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TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA

Projeto entre Embrapa e Sicoob recupera fazenda e a torna produtiva

A fazenda, com aptidão leiteira, foi cenário para a implantação de tecnologias da Embrapa com apoio financeiro do Sicoob Credinacional

28 março 2024 - 09h26Por Embrapa

O histórico da evolução e melhoria de uma área de 75 hectares da Fazenda Granja Santana, situada no município mineiro de Abaeté, foi apresentado em dia de campo realizado no último dia 21 de março. A fazenda, com aptidão leiteira, foi cenário para a implantação de tecnologias da Embrapa com apoio financeiro do Sicoob Credinacional para a recuperação de áreas degradadas e otimização do sistema produtivo, por meio de adoção de técnicas como o Sistema ILP (Integração Lavoura-Pecuária) e seus benefícios, como a ensilagem do milho e do sorgo e a recuperação da produtividade das pastagens.

A área total de 75 hectares foi dividida em cinco piquetes, sendo recuperados ao longo dos últimos sete anos. No início do projeto, em 2017, a produção de leite chegava a 450 litros por dia, sendo 38 vacas em lactação e 68 animais compondo o rebanho. “Hoje, em 2024, a área recuperada na propriedade apresenta alta produtividade, com 45 vacas em lactação que produzem 750 litros de leite diariamente, chegando a um rebanho de 145 animais”, resume o engenheiro agrônomo da Embrapa Milho e Sorgo Sinval Resende Lopes, coordenador do projeto.

Abaixo, conheça os tópicos tratados durante o dia de campo “Diversificação de Renda com Sustentabilidade na Propriedade Rural”, as tecnologias apresentadas pelos pesquisadores da Embrapa e os benefícios já incorporados pelo produtor rural José Augusto Alvarez da Silva, proprietário da Fazenda Granja Santana. “Graças às tecnologias da Embrapa e ao acesso às linhas de crédito, hoje a propriedade gera renda de uma forma sustentável”, resumiu.

Tecnologias adotadas – Fazenda Granja Santana (Abaeté-MG)

2017 a 2024 – Área produtiva de 75 hectares

Engenheiro agrônomo Sinval Resende Lopes - Embrapa Milho e Sorgo

Milho BRS 3046 em consórcio com a braquiária BRS Paiaguás na produção de silagem e formação de pastagem – Integração Lavoura-Pecuária (ILP);

Milho em sistema exclusivo;

Formação do pasto com braquiária BRS Paiaguás;

Sorgo BRS 658 em sistema exclusivo;

Sorgo BRS 658 em consórcio com a BRS Paiaguás para produção de silagem e formação de pastagem (ILP).

“O sistema ILP permite tanto a produção de forragem de qualidade quanto a formação do pasto de qualidade” (Sinval Lopes, Embrapa Milho e Sorgo)

Benefícios econômicos

Maior oferta de pasto na entressafra;

Redução da dependência de forragem;

Maior capacidade de suporte animal;

Melhor manejo da pastagem.

Benefícios da lavoura para a pecuária

Aproveitamento do adubo residual da lavoura pelas pastagens;

Recuperação da produtividade das pastagens;

Maior ganho de peso na época da seca;

Aumento na produção de carne e leite;

Menor incidência de plantas daninhas;

Diminuição de pragas e doenças;

Redução da dependência de forragem na entressafra.

Benefícios da pecuária para a lavoura

Formação de palha para o sistema de plantio direto;

Ciclagem dos nutrientes extraídos das camadas profundas do solo, pelo sistema radicular, que é fasciculado pelas gramíneas;

Aumento de matéria orgânica no solo;

Melhora da infiltração de água pelo solo, diminuindo a erosão;

Maior tolerância das lavouras a estresses hídricos;

Melhora da fauna e flora do solo, em consequência, menor incidência de pragas e doenças.

Manejo de pastagens para uma produção sustentável

Pesquisadora Márcia Silveira – Embrapa Milho e Sorgo

“Tendo a Integração Lavoura-Pecuária como meta, a Fazenda Granja Santana saltou de uma produtividade de 11,8 litros por vaca por dia para 16,6 litros por animal em lactação no mesmo período. Assim, observa-se a importância de se fazer o ‘básico bem feito’, visto que hoje a propriedade ganha com a produção de silagem e com o pasto de qualidade”, explica a pesquisadora. "Pelo fato de adotarem práticas sustentáveis como a Integração Lavoura-Pecuária, estão em um caminho que permite maior produção e um balanço adequado entre as emissões de gases pelos animais e o sequestro de carbono feito pela cobertura vegetal", completa.

Melhorias no ambiente produtivo proporcionadas pela ILP (Integração Lavoura-Pecuária)

Qualidade química, física e biológica do solo;

Ciclagem de nutrientes;

Quebra no ciclo de pragas e plantas invasoras;

Aumento na produção de biomassa;

Aumento no estoque de carbono no solo;

Infiltração e armazenamento de água no solo.

Márcia Silveira ainda apresentou resultados de pesquisa da Embrapa capazes de auxiliar o produtor rural na tomada de decisões, como o aplicativo Pasto Certo, que permite o manejo correto do pastejo e que traz recomendações de altura específicas para cada planta forrageira.

Dicas da pesquisadora para uma maior produção sob pastejo

Divida seu lucro com seu solo;

Escolha a forrageira correta;

Não economize na semente;

Use adubo com estratégia;

Respeite a capacidade de suporte do seu pasto;

Pasto alto nem sempre é bom;

Use altura para manejar;

Treine sua equipe;

Trate seu pasto como lavoura – Conheça, meça a produção, saiba como e onde melhorar.

Controle de plantas invasoras nas pastagens

Pesquisador Maurílio Fernandes de Oliveira – Embrapa Milho e Sorgo

"O controle de plantas invasoras é ação essencial do produtor, assim como o correto manejo das pastagens e o monitoramento constante das plantas invasoras. Em pastagens já implantadas, as plantas invasoras tornam-se de mais difícil controle afetando diretamente a produção destas”, enfatiza o pesquisador Maurílio de Oliveira. Dados da Embrapa mostram que as perdas estimadas ocasionadas pelas plantas daninhas podem, em casos em que não é feito controle algum, chegar a mais de 90%, ficando estas perdas em média de 13% a 15% na produção de grãos.

Nesse contexto, o pesquisador apresentou as principais espécies de plantas invasoras, sejam de folhas largas ou estreitas, os métodos de monitoramento e de controle preventivo – que são os mais eficazes, controlando o problema no seu início – e os métodos de controle com herbicidas. Segundo informações da Embrapa, as plantas daninhas apresentam a capacidade de se adaptar a lugares diversos, sob os mais variados tipos de limitações de crescimento e desenvolvimento. Em razão dessa característica, estas plantas obtêm mais facilmente os recursos naturais necessários (água, luz e nutrientes), tornando-as grandes competidoras em meio às pastagens.