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Projeto da agricultura familiar busca fortalecer a ovinocultura em MS

A expectativa é que, futuramente, o projeto sirva de referência para outras regiões do Estado

02 julho 2025 - 15h04Por Agraer
Projeto da agricultura familiar busca fortalecer a ovinocultura em MS

Durante a Pantanal Tech 2025, realizada na UEMS de Aquidauana entre os dias 23 e 29 de junho, um dos destaques que mais despertou curiosidade foi o projeto “Fortalecimento da Ovinocultura por meio da capacitação técnica e gerencial de agricultores amparados em uma política pública”, uma iniciativa inovadora que pretende transformar a realidade dos pequenos produtores de ovinos em Mato Grosso do Sul.

Na vitrine tecnológica do evento, o projeto foi apresentado ao público com maquetes, painéis explicativos e, principalmente, com muita conversa boa — daquelas que fazem os olhos brilharem ao imaginar um futuro mais organizado e lucrativo para quem cria ovelhas no Estado.

Idealizado em parceria entre Agraer, Embrapa Pantanal, Senar, Câmara Setorial de Ovinos, Uniderp, Semadesc, Governo do Estado e UEMS, o projeto é financiado pela Fundect, via edital de extensão rural lançado em 2023. A proposta gira em torno da criação da PDOA – Propriedade de Descanso de Ovinos para Abate, uma solução coletiva para permitir o embarque sanitário de pequenos rebanhos que, individualmente, não conseguem atender às exigências do mercado.

“A maioria dos pequenos produtores tem entre 10 a 30 animais. Para fechar uma carga de abate, seria preciso reunir pelo menos 100 ou 200 ovinos. Isso antes era inviável por questões sanitárias e logísticas. Mas com a PDOA, conseguiremos reunir esses animais em um único ponto, garantindo bem-estar, controle sanitário e eficiência no embarque”, explicou a zootecnista da Agraer, Thainara Rocha.

O espaço será instalado no lote 55 do produtor Sidney, no Assentamento Estrela, em Campo Grande. Com layout já definido, a estrutura contará com curral de manejo, baias de descanso (com pelo menos 120 m² cada), piquetes com telas apropriadas para ovinos, área de sequestro e cobertura que respeita os critérios de bem-estar animal.

“Tudo pensado para funcionar também como espaço de capacitação técnica: manejo sanitário, reprodutivo, casqueamento, tosquia e até palestras sobre associativismo e cooperativismo”, detalha Thainara.

Pantanal Tech – Quem passou pela vitrine pôde entender como a pesquisa, a técnica e a política pública se unem para promover um ciclo virtuoso de desenvolvimento rural. Foi o caso da estudante Jacqueline Aparecida Costa, de 15 anos, que visitou a exposição.

“Eu nunca tinha visto de perto como funciona uma criação de ovelhas, muito menos imaginei que existisse tanta coisa por trás. A Pantanal Tech me surpreendeu muito, porque traz esse conhecimento que a gente, que não vive no campo, muitas vezes nem imagina. A gente vê os produtos na cidade, mas não vê o caminho até chegar ali”.

O projeto começa suas atividades de campo no segundo semestre, com reuniões de sensibilização e capacitação dos produtores envolvidos no trabalho. O objetivo é não apenas consolidar a PDOA como modelo, mas também incentivar a formação de uma associação de criadores de ovinos, promovendo autonomia, organização e melhores condições de comercialização.

“Esse tipo de política pública só é possível com articulação. É um projeto feito a muitas mãos, e que mostra como a ciência e a extensão rural podem transformar o cotidiano no campo”, conclui Thainara.

A expectativa é que, futuramente, o projeto sirva de referência para outras regiões do Estado, contribuindo para o fortalecimento da cadeia da ovinocultura sul-mato-grossense — com mais renda, mais conhecimento e mais dignidade para quem vive da terra.