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Polícia investiga matança de jacarés no Pantanal de Mato Grosso do Sul

17 agosto 2011 - 12h22Por g1

Moradores da região denominada Passo do Lontra, localidade no interior do Pantanal do Mato Grosso do Sul e que está a 310 km de Campo Grande, denunciam a constante morte de jacarés no Rio Miranda, efeito da caça predatória e da falta de fiscalização.

Desde o fim do ano passado a população encontra carcaças espalhadas por uma estrada de terra que liga o distrito à cidade de Corumbá. Segundo ambientalistas, os animais da espécie jacaré-do-pantanal (Caiman Yacaré) são mortos a tiros e têm a cauda cortada com facão. “Alguns exemplares são atingidos com pedaços de pau na cabeça e sofrem, ainda vivos, a mutilação na cauda.

Depois são jogados agonizando na estrada e não sobrevivem ao ferimento”, afirmou Angelo Rabelo, da organização ambiental Instituto Homem Pantaneiro. Pesca predatória As ações de criminosos costumam acontecer no período noturno. “Não são moradores do distrito que cometem estes atos. São pessoas que vêm de fora e aproveitam a falta de fiscalização.

Nós não sabemos quem comete isto, mas se continuar desta forma, essa espécie de jacaré poderá desaparecer”, afirmou Marcello Yndio, morador da região. Profissional do turismo na região, Yndio e um grupo de turistas europeus viram no mês passado ao menos oito jacarés-do-pantanal mortos nas proximidades do Rio Miranda. “Já fizemos a denúncia à polícia, mas parece que nada adianta”, disse.

A espécie não consta na lista brasileira de animais em risco de extinção. Rabelo, que é ex-comandante da Polícia Ambiental na região de Corumbá, afirma que a mortalidade de jacarés é efeito da pesca predatória e do turismo ilegal na região pantaneira. “São pessoas que vão até a região para pescar de forma ilegal. A caça dos jacarés é na verdade uma forma ‘de diversão’”, descreve Rabelo.

Segundo ele a cauda do jacaré-do-pantanal é a única parte do corpo do animal aproveitada na culinária. “Quem não conhece, acha que está comendo peixe. Essa curiosidade fomenta a procura pelos animais”, disse.