A estação de monta (EM) é uma prática adotada por produtores para concentrar em um único período a inseminação das vacas e, consequentemente, os partos e as demais operações da fazenda como desmama, vacinações e vermifugações. Entre as principais vantagens da prática estão a melhoria da eficiência reprodutiva, facilitação do manejo, otimização da nutrição, auxílio no melhoramento genético e diminuição do impacto ambiental.
“Adotar a estação de monta ajuda a aumentar a taxa de prenhez, uma vez que as fêmeas são acasaladas em condições ideais de nutrição e manejo, e permite que as atividades de manejo, como vacinação e desmame, sejam realizadas em grupo, otimizando o tempo do produtor”, elenca o zootecnista e diretor técnico industrial da Connan, Bruno Marson.
Além disso, ele pontua que a prática permite planejar a alimentação das fêmeas de acordo com o ciclo de gestação, garantindo o desenvolvimento ideal do feto e a recuperação da mãe para o próximo ciclo, e torna mais fácil identificar animais improdutivos ou com baixa produção para descarte e avaliar o desempenho dos reprodutores. “Uma outra vantagem é que acasalar os animais na época da chegada das chuvas pode garantir que os bezerros nasçam no período de menor incidência de doenças e parasitas”, destaca.
Para ter uma estação de monta eficaz, o produtor deve planejar bem sua implantação, fazendo o manejo sanitário e nutricional do rebanho, preparando os touros e selecionando o período adequado, que deve iniciar com a estação chuvosa para otimizar a nutrição das vacas. Marson observa que esse planejamento deve incluir exames para identificar e descartar fêmeas que não emprenharem.
Planejamento e manejo
O primeiro passo, de acordo com o diretor da Connan, é definir a duração e a época da estação de monta, que idealmente deve coincidir com o início da estação chuvosa. “No começo esse planejamento pode ser gradual, começando com uma estação de seis meses que deve ser gradualmente reduzida, chegando ao ideal de três a quatro meses”, explica.
Para garantir a fertilidade, Marson enfatiza que é preciso realizar o exame andrológico nos touros e é aconselhável realizar exames ginecológicos nas vacas. Passados 30 a 45 dias do término da estação, o diagnóstico de gestação apontará quais fêmeas não conceberam e podem ser descartadas. Com a adoção da estação de monta, a calendarização da fazenda ficará mais organizada, com períodos corretos para acasalamentos, nascimentos e desmames.
“Antes e durante esse período, as fêmeas precisam estar com boa nutrição e condição corporal. Além disso, o calendário vacinal precisa estar em dia (brucelose, leptospirose, IBR, BVD), assim como o controle parasitas internos e externos. Vale lembrar que é preciso também verificar a fertilidade dos touros e qualidade de seu sêmen, principalmente se for feita a monta natural.”
Por fim, o produtor precisa definir as estratégias de acasalamento. A forma mais simples é a monta natural, mas para que ela seja tenha sucesso é preciso garantir que a relação touro/vaca seja adequada. Caso o produtor escolha a inseminação artificial, ela pode realizada em tempo fixo (IATF) ou convencional, exigindo maior tecnologia e mão de obra qualificada.
Uma outra opção para otimizar a genética do rebanho é a transferência de embriões, uma técnica de melhoramento genético que envolve a coleta de embriões de vacas doadoras geneticamente superiores e sua transferência para fêmeas receptoras. Para isso, as doadoras são tratadas com hormônios para que produzam múltiplos óvulos (superovulação). Após a inseminação e fertilização, os embriões são coletados e implantados nas receptoras, que gestarão até o nascimento dos bezerros.
“Com uma estação de monta bem planejada o produtor poderá organizar melhor sua propriedade e melhorar seu rebanho, o que na prática se traduz em mais rentabilidade para seu negócio”, finaliza Marson.




