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Melhoramento genético impulsiona criação da "ovelha do futuro"

Pesquisas já resultaram em ovelhas com melhor conformação e rendimento de carcaça, perda espontânea de lã, maior prolificidade e resistência à verminose

01 outubro 2025 - 11h32Por Fernando Goss | Embrapa Pecuária Sul

Pesquisadores da Embrapa Pecuária Sul (RS) estão trabalhando em um projeto denominado por eles de “ovelha do futuro”. A iniciativa busca oferecer à ovinocultura de corte animais mais eficientes, produtivos e rentáveis. Pesquisas de melhoramento genético com o rebanho da Unidade já resultaram em exemplares que reúnem quatro características: melhor conformação e rendimento de carcaça, perda espontânea de lã, maior prolificidade (capacidade de gerar prole) e resistência à verminose. O próximo passo é validar essas melhorias genéticas com produtores parceiros, antes de disponibilizá-las a rebanhos comerciais.

De acordo com o pesquisador da Embrapa Pecuária Sul, José Carlos Ferrugem, com essa seleção assistida é possível duplicar a eficácia produtiva na ovinocultura de corte, a partir de uma nova relação entre receitas e despesas, além de contribuir para a redução de emissões de gases de efeito estufa e para a diminuição do efetivo populacional improdutivo nos rebanhos. A seleção para prolificidade e para conformação e rendimento de carcaça é feita via genótipo, uma vez que os genes responsáveis por essas características já foram identificados. Já as pesquisas para a perda natural de lã e resistência às verminoses são feitas pelo fenótipo, ou seja, pela seleção a partir da observação dos indivíduos que possuem essas características no rebanho.

O projeto está em fase de repasse de reprodutores a produtores parceiros para acompanhamento e avaliação dos filhos nascidos com essas características. Os carneiros melhorados, que fazem parte do rebanho da Embrapa, são cedidos aos produtores, via comodato, para acasalar com as ovelhas de cria. A ideia inicial é acompanhar, pelo menos, 1.000 animais nascidos desses cruzamentos, sendo que o projeto já conta com dois produtores associados.

Os produtores parceiros se comprometem a realizar um acompanhamento zootécnico dos animais, incluindo identificação com brincos dos cordeiros e cordeiras nascidas e utilização de cadernetas confeccionadas especialmente para essa finalidade. Serão anotados dados como a data do parto, mãe, sexo e peso ao nascer. Durante o desmame, os animais serão submetidos à avaliação de seu escore de cobertura de lã (velo, barriga, costela e lombo), resistência à verminose, além da aferição do peso corporal e coleta de amostra de sangue para a obtenção de DNA. “As duas primeiras progênies de todas as propriedades parceiras serão derivadas de carneiros produzidos pela Embrapa Pecuária Sul. As demais contarão também com carneiros selecionados nos rebanhos associados. Os acasalamentos em todas as propriedades serão planejados para o atendimento dos critérios previstos pelo sistema de seleção”, ressalta Ferrugem.

Um dos objetivos do projeto é possibilitar que os produtores projetem sua própria “ovelha do futuro”, utilizando a genética das quatro características ou aquela que seja do seu interesse. “Queremos que o próprio produtor desenvolva a sua ovelha do futuro, de acordo com seus objetivos e sistema de produção”, diz o pesquisador João Carlos de Oliveira. Ou seja, se um produtor já cria ovinos de raças naturalmente deslanadas, a genética de perda de lã não vai interessar, mas as outras podem trazer melhorias e ganhos para a sua criação e, do mesmo modo, com as demais características selecionadas.