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Mato Grosso do Sul abateu menos bovinos no ano passado

Setor afirma que, apesar da ligeira queda no comparativo com 2022, a demanda segue aquecida; para produtor, preço segue baixo

27 março 2024 - 11h51Por Correio do Estado

Frigoríficos de Mato Grosso do Sul encerram 2023 com 3,312 milhões de abates registrados. Dados são da Pesquisa Trimestral de Abate de Animais, compilados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que indica queda simbólica, de 0,86%, nas unidades de cabeças de bois abatidas nos 12 meses do ano passado na comparação com 2022, quando foram registrados 3,341 milhões de abates no Estado.

Ainda de acordo com informações do levantamento, somente o 1º e 4º trimestres obtiveram movimentação maior do que em 2022. Tendo em vista que nos primeiros três meses de 2023 as unidades abatidas totalizaram 813.433, ante aos 797.811 de 2022, aumento porcentual de 1,96%.

No 4º e último trimestre do ano passado, o crescimento foi de 1,87%, quando comparado ao mesmo período de 2022. Ao confrontar os números do 4º trimestre de 2023 com o 3º do mesmo ano a elevação foi 6,89%, ou seja, 16.040 unidades a mais.

O presidente do Sindicato das Industrias de Frios, Carnes e Derivados do Estado do Mato Grosso do Sul (Sicadems), Sérgio Capucci, relata que apesar que queda irrisória entre um ano e outro a atividade segue aquecida no Estado, fato que pode ser comprovado pelos números do 4º trimestre.

“O que está determinando esse aumento de abate são as exportações. O Brasil e também o Estado, estão cada vez mais se abrindo para o mercado exterior e, é isso que está possibilitando o aumento de abates”, avalia.

O representante dos frigoríficos em MS, ressalta que uma situação semelhante a que vem ocorrendo já aconteceu no passado. “Para 2024, acredito que vai ter um aumento maior ainda, onde nosso Estado, particularmente deve se destacar, já que, mais seis frigoríficos de MS foram habilitados para exportar para a China”, destaca Capucci.

O presidente do Sicadems conclui pontuando que o mercado interno segue um ritmo lento nos últimos meses. “Ele (mercado interno) não tem acompanhado, não há um aumento de consumo que justifique. A demanda interna, tá bem devagar de proteína bovina”, conclui Capucci.

O Boletim Casa Rural referente ao mês de fevereiro deste ano corrobora, destacando que a estabilidade praticada na comercialização do gado de corte reflete “o equilíbrio entre oferta e demanda em um período de consumo interno mais retraído, mas com exportações em alta, o que compensa o déficit na demanda interna”.

Neste ano, o relatório de movimentação de bovinos da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (IAGRO), registra que MS abateu 381,2 mil animais em janeiro de 2024, com aumento de 11,5% em relação a dezembro quando foram produzidos 341,9 mil animais para abate.

Já no comparativo com mesmo período de 2023 em que o Estado havia produzido 331,1 mil animais o aumento foi de 15,1%. Do número de animais produzidos 179,2 mil foram vacas, o que representou aumento de 10,4% em relação aos 162,2 mil de janeiro de 2023. E respondeu por 47,0% dos animais abatidos no mesmo período de 2024.

Exportação

Mesmo passando por instabilidade, o mercado da carne em Mato Grosso do Sul seguiu aquecido nos primeiros dois meses deste ano. Impulsionado pelo mercado externo, dados da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) mostram que o Estado registra aumento tanto na movimentação financeira quanto no volume de carne bovina exportado no primeiro bimestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2023.

Conforme o relatório, foram exportados 45,820 mil toneladas de carnes e derivados bovinos entre janeiro e fevereiro deste ano, resultando em um total de US$ 185,264 milhões movimentados, ante US$ 174,429 milhões exportados no mesmo período de 2023, ou seja, aumento de US$ 10,835 milhões (6,21%).

Na comparação de volume exportado, entre um ano e outro cresce houve elevação porcentual de 14,20%, uma vez que em 2023 foram 40,122 mil toneladas exportadas e, este ano, 45,820 mil toneladas, 5,698 mil toneladas a mais.

No País, o crescimento da exportação de carne bovina foi de 20,06%, quando comparado com os dois primeiros meses do ano passado. Neste ano, o valor movimentado com a commodity foi de
US$ 1,855 bilhão, enquanto em 2023 foi de US$ 1,545 bilhão, US$ 310 milhões a mais.

Quando comparados os volumes comercializados no primeiro bimestre do ano, a diferença salta para 39%: em 2024, foram enviados 466,377 mil toneladas de carne bovina, contra 336,47 mil em 2023.

Arroba

Em 20 de março, conforme cotação da Granos Corrertora, o boi gordo foi cotado ao valor médio de R$ 208,45 por arroba, apresentando queda em relação 19 de março, quando a arroba foi cotada a R$211,90 na praça do Estado.

A arroba da vaca apresentou o mesmo comportamento de queda, sendo cotada a R$ 189,81 no dia 20 deste mês e R$191,09 no dia anterior. 

Em uima análise dos dois últimos anos, o preço da arroba do boi gordo encolheu, em média, em R$ 100 em Mato Grosso do Sul. O valor das cotações no mercado físico local reduziu em 31,53%, considerando os valores médios praticados em janeiro de 2022, quando o gado era comercializado a R$ 317,67.

No primeiro mês deste ano, o preço da arroba era deR$ 217,52. No comparativo com janeiro de 2023, o valor praticado no mercado físico de MS também apresenta redução de 14,47%, já que em janeiro do ano passado a arroba do gado era comercializada a R$ 254,33.