A tendência da alta nos preços do boi gordo perdeu força nesta semana, abrindo espaço para correções negativas nas cotações em algumas praças importantes do País, conforme apurou a equipe de analistas da IHS Markit. Nas regiões do interior paulista, o valor máximo dos lotes de machos terminados sofreu redução de R$ 5/@ nesta terça-feira, 11 de janeiro, para R$ 340/@, a prazo.
“Com o avanço das escalas de abates, boa parte das indústrias do País preferiu sair das compras de boiadas nesta terça-feira”, relata a IHS. Apesar dos embarques ao exterior continuarem aquecidos, os frigoríficos relatam problemas com escoamento da carne bovina no atacado/varejo devido ao fraco consumo doméstico e aos preços elevados da proteína.
Segundo os analistas, os preços das carnes concorrentes (frango e suínos) registraram novas quedas significativas nesta terça-feira, o que deve prejudicar ainda mais a venda da carne bovina no mercado doméstico. Conforme a IHS, grande parte dos negócios efetivados no mercado do boi gordo visa atender a demanda externa, que vem se recuperando desde o fim do embargo chinês à carne bovina, em meados de dezembro passado.
Nos primeiros 5 dias úteis de janeiro, os embarques somaram 35,48 mil toneladas de carne bovina in natura, com receita média de US$ 179,27 milhões, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). A média diária embarcada no período foi de 7,09 mil toneladas, com avanço de 32,2% sobre a média exportada em janeiro de 2021, de 5,3 mil toneladas/dia.
“A retomada da China às compras de carne bovina brasileira deve incrementar os resultados das exportações, como já observado na primeira semana do ano”, ressaltam os analistas da IHS. Atualmente, o chamado boi-China (gado abatido mais jovem, com até 30 meses) recebe prêmios entre R$ 10/@ a R$ 15/@ sobre o valor do animal comum, direcionado principalmente ao mercado interno.
Porém, na avaliação da equipe da IHS, mesmo com o escoamento lento da produção de carne bovina no mercado interno, os preços do boi gordo devem continuar em patamares elevados, balizados pela demanda externa e pela oferta limitada de animais prontos para abate.
Reflexo das chuvas
As fortes chuvas registradas na região norte de Minas Gerais, no Estado de Tocantins, e na região Centro-Oeste do País dificultam o manejo dos animais no pasto, informam os analistas da IHS Markit. Segundo a consultoria, o excesso de água acaba estressando os animais, ocasionando perda de peso.