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BOI GORDO

Equilíbrio temporário entre oferta e demanda mantém arroba estável

As negociações envolvendo boiadas gordas são suficientes para manter as operações de abate, afirmam os analistas da Agrifatto

18 abril 2024 - 07h31Por DBO Rural

As negociações comerciais entre frigoríficos e pecuaristas ocorreram de maneira lenta neste meio da semana, informa a Agrifatto. “É relevante destacar que, de uns dias para cá, as ofertas de animais prontos para abate têm sido bastante limitadas”, afirma a consultoria.

“Brasil afora, os compradores encontram resistência dos vendedores em negociar”, afirma o zootenista Felipe Fabbri, analista da Scot Consultoria. Ontem (17/4), segundo levantamento das consultorias, os preços do boi gordo ficaram estáveis na maioria das praças brasileiras.

No mercado paulista, a arroba andou de lado, depois da alta de terça-feira (16/4), com o animal macho “comum” cotado em R$ R$ 230, no prazo (valor bruto), apurou a Scot. Na mesma praça, o preço da vaca gorda permaneceu em R$ 205/@, enquanto a novilha gorda e o “boi-China” seguem valendo R$ 220 e R$ 235/@, respectivamente.

“A oferta de boiadas está comedida e, para manter as escalas de abate, os compradores paulistas têm mantido os preços firmes, com negócios acima da referência acontecendo pontualmente”, relata a Scot.

Segundo os analistas, a melhoria das condições nutricionais das pastagens naturais, devido ao período chuvoso, tem permitido aos produtores reter os animais no pasto por mais tempo.

No entanto, recomenda a Agrifatto, é necessário agir com cautela e ter um plano de ação, pois a transição entre a safra e a entressafra, geralmente por volta de meados de junho e início de julho, tende a restringir a capacidade de retenção e aumentar a oferta de boiadas gordas, o que pode resultar em queda nos valores da arroba.

Segundo ressalta Felipe Fabbri, da Scot, as chuvas no Brasil Central ocorridas entre fevereiro/março colaboram com o pecuarista na oferta de boiadas, apesar do avanço do outono.

“Em função disso, o mercado deve seguir sustentado nos próximos dias”, afirma ele. No entanto, diz Fabbri, há, adiante, alguns pontos de atenção ao pecuarista, além da tradicional “desova” da safra de “boiadas de capim”

Ele cita, primeiramente, as tensões entre Israel x Irã. “A região tem sido um bom comprador em termos de preços para a carne bovina brasileira e a escalada do conflito pode pesar no escoamento e negociações”.

O segundo ponto de alerta, diz Fabbri, está relacionado com o atual avanço do dólar. “A atenção para os custos, principalmente para o confinamento e à suplementação do rebanho, que poderão subir com a disparada do câmbio, desestimulando a operação e, consequentemente, acelerando uma “desova” de final de safra”.

No entanto, continua o analista da Scot, a subida do dólar para acima dos R$ 5 pode favorecer a competitividade da carne bovina brasileira no mercado internacional, o que, somado ao momento ruim vivenciado pelos países concorrentes (principalmente os norte-americanos), pode manter os volumes embarcados aquecidos.