A semana abriu com as indústrias frigoríficas fora das compras do mercado e com ofertas elevadas de animais terminados, o que reduziu em R$ 3/@ o preço do boi gordo “comum” nas praças de São Paulo, agora cotado em R$ 287/@, no prazo e, em Mato Grosso do Sul, cotada a R$ 296,50, segundo dados da Scot Consultoria.
O “boi-China” fechou a segunda-feira (21/7) valendo R$ 302/@ no Estado de São Paulo, com baixa diária de R$ 2/@, enquanto a vaca e a novilha gordas foram negociadas por R$ 273/@ e R$ 283/@, respectivamente, acrescenta a Scot. Em MS, o animal foi cotado a R$ 300,00, na mesma categoria.
Segundo os analistas da Agrifatto, o comportamento tímido do consumo doméstico de carne bovina, aliado ao aumento da oferta de animais prontos para o abate — tanto provenientes de confinamentos quanto de contratos de parceria —, favoreceu a atuação estratégica dos frigoríficos brasileiros, que exerceram forte pressão negativa sobre os preços da arroba, explorando a maior vulnerabilidade dos pecuaristas.
Esse movimento, diz a consultoria, foi intensificado pelo anúncio de tarifa adicional (+50%) imposta pelos EUA a partir de 1º de agosto/25 sobre os produtos brasileiros, o que contribuiu para ampliar a oferta de boiadas gordas no mercado brasileiros.
“Os frigoríficos compradores retomaram as negociações com mais força na semana passada, conseguindo alongar as escalas de abate para uma média nacional de 9 a 10 dias úteis, um indicativo de maior conforto no abastecimento no curto prazo”, analisa a Agrifatto.
Pelos dados levantados pela Agrifatto, na última sexta-feira (18/7), entre as 17 regiões monitoradas pela consultoria, 5 registraram queda nas cotações do boi gordo: BA, ES, GO, MG e RJ. As demais permaneceram estáveis.
Por sua vez, segundo apuração da consultoria, nesta segunda-feira (21/7) o mercado seguiu com baixa atividade, porém os preços dos animais terminados ficaram estáveis na comparação com o fechamento anterior.
“O mercado segue cauteloso, com frigoríficos atuando de forma seletiva e produtores mais expostos, enquanto os fundamentos de oferta e demanda seguem ditando o ritmo dos preços no curto prazo”, dizem os analistas da Agrifatto.
Balanço da última semana
Muitas plantas frigoríficas habilitadas para exportação ficaram fora de compras na última semana, o que transferiu a oferta de boiadas gordas para unidades que atendem ao mercado interno, pressionando os preços da arroba, relata a Agrifatto.
O indicador CEPEA registrou um recuo semanal de 1,45%, com o preço do boi gordo cotado a R$ 298,72/@. Por sua vez, o indicador Agrifatto apresentou uma média semanal de R$ 298,68/@, representando retração semanal de 2,77%. Já o indicador Datagro fechou a semana com uma média de R$ 299,05/@, acumulando desvalorização semanal de 2,59%.
No mercado futuro, todos os contrato do boi gordo registraram queda na sessão de sexta-feira (18/7) da B3. O papel com vencimento em setembro/25 encerrou o dia cotado a R$ 308,25/@, com retração 1,63% em relação ao dia anterior.