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Arroba sobe 4,41% durante fevereiro em Campo Grande

01 março 2010 - 00h00Por Jefferson da Luz - Via Livre Comunicação

A pressão por parte dos pecuaristas parece ter dado certo. Sem entregar o gado por um preço melhor do que os frigoríficos estavam acostumados a pagar nos últimos meses, a indústria teve de começar a remunerar melhor. Em Campo Grande, no período de 1º de fevereiro a 1º de março, a alta da arroba do boi gordo foi de 4,41% e a da vaca de 3,93%.

Parece pouco, mas foi maior do que a registrada no mercado paulista, onde, de acordo com dados da Cepea (Centro de Estudos Econômicos em Economia Aplicada), a alta no mês foi de 1,72%.

Na prática a valorização na praça campo-grandense foi de R$ 3,00 para o boi e R$ 2,50 para a vaca. Hoje (01/03), o boi é vendido a R$ 71,00 e a vaca R$ 66,00, há um mês esses valores eram de R$ 68,00 e R$ 63,50, respectivamente (preços à vista livre de Funrural).

A apreciação da arroba em Campo Grande teve início na última semana de fevereiro, isso depois de passar três meses -dezembro, janeiro e fevereiro- praticamente sendo negociada a R$ 68,00.

Durante o mês passado, os pecuaristas desprezaram as boas condições de venda dos animais -proporcionadas pela chuva abundante- e seguraram a boiada no pasto, com isso os frigoríficos se viram obrigados a encurtar as escalas de abade.

O cabo-de-guerra que o setor vive parece que está sendo vencido pelos criadores. O que contraria a previsão de alguns consultores. Havia a preocupação de que, com uma grande quantidade de animais represados nos pastos, ocorreria uma “enxurrada” de boi na praça, o que derrubaria ainda mais os preços.

“Mas isso não aconteceu porque as exportações começaram a subir no fim de fevereiro. Os grandes frigoríficos focaram no mercado externo o que diminuiu a pressão de baixa internamente”, avalia o consultor Julio Cesar Victoriano, da Bovisul. “Dessa forma, sobrou espaço para a alta”, conclui.

Mesmo que os dados completos de fevereiros ainda não estejam prontos, as três primeiras semanas do mês passado mostram que houve uma alta na demanda externa por carne. Números do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio mostram que as exportações de carnes -que inclui as de aves- em fevereiro subiram 39,6%, se comparadas com o mesmo período de 2009. 

Além disso, Vactoriano pontua outro fator como responsável pela alta, o preço do gado magro muito elevado, o que influência de forma direta a venda daquele que vai para o abate. Para o consultor, o mercado está equilibrado e a tal “enxurrada” não deve acontecer.

Contudo, segundo ele, o preço da arroba ainda está abaixo do que deveria estar, algo entre R$ 75,00 e R$ 80,00, valor que deve ser atingido entre maio e junho. “Mas tudo vai depender da quantidade de animais que haverá em confinamento. No ano passado tivemos o melhor preço em junho e o pior em novembro”, lembra.

A expectativa é de que uma melhora significativa aconteça só em outubro, para quando os contratos da arroba do boi gordo na BM&F são cotados a R$ 88,00. “Isso deve sinalizar um boi de R$ 78,00 aqui em Campo Grande”, especula.