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BOI GORDO

Arroba balança, enquanto frigoríficos tiram o pé das compras

Embora a pressão de baixa continue forte, cotações dos animais terminados seguem estáveis no Estado de São Paulo, uma das principais referências no mercado pecuário

28 março 2024 - 07h31Por DBO Rural

O mercado do boi gordo segue com dificuldade em eliminar a pressão de baixa nos preços da arroba, segundo apuração das consultorias do setor, que acompanham diariamente os negócios nas principais regiões brasileiras.

Os frigoríficos seguem fora das compras de boiadas gordas, um reflexo da expectativa de redução na demanda doméstica pela carne bovina durante o feriado de Páscoa, período marcado pelo maior consumo de peixe – seguindo a tradição religiosa no País.

Pelo levantamento da Agrifatto, no início da semana, Goiás foi o Estado que mais sentiu a pressão baixista, registrando desvalorização de 1% na cotação do boi gordo, que hoje vale, em média, R$ 212/@.

Segundo dados da Scot, nesta quarta-feira (27/3), nas praças de São Paulo, todas as categorias prontas para abate fecharam o dia com estabilidade, apesar das tentativas de queda por parte dos frigoríficos locais.

Com isso, o boi gordo segue valendo R$ 225/@, enquanto a vaca e a novilha são vendidas por R$ 205/@ e R$ 217/@, (preços brutos e a prazo).

O “boi-China” paulista, acrescenta a Scot, está cotado em R$ 235/@, com ágio de R$ 10/@ sobre o animal gordo “comum”.

Na B3, há mais otimismo e todos os contratos futuros do boi gordo tiveram ajustes positivos na terça-feira (26/3). O vencimento para abril/23 encerrou o dia a R$ 229,55/@, com valorização de 0,33%.

Embarques aquecidos

Enquanto o mercado interno demonstra instabilidade, as exportações brasileiras de carne bovina in natura estão em bom ritmo, relata a Agrifatto, com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

“As embarcações da terceira semana de março/24 foram surpreendentemente fortes e atingiram 55,27 mil toneladas”, destacam os analistas.

Com isso, a média diária dos embarques na última semana ficou em 11,05 mil toneladas, com avanço de 62,26% sobre a média diária da semana anterior.

“O resultado foi recorde para uma terceira semana de março”, observa a Agrifatto, acrescentando: “Nossa estimativa para o mês foi reajustada para 170 mil toneladas, o que seria um volume recorde para março”.

China paga menos

Seguindo a tendência dos últimos meses, os importadores chineses continuaram pressionando os preços ofertados pela carne bovina brasileira, afirma a Agrifatto.

“No entanto, os exportadores parecem ter afirmado que há um ‘piso’ para as cotações”, acrescenta a consultoria.

Segundo os analistas da Agrifatto, as últimas ofertas da China para compra de dianteiro foram em US$ 4.200/tonelada, preço pouco satisfatório para os exportadores brasileiros.

“Com isso, as comercializações avançam a passos lentos”, justifica a consultoria.

Predomínio do Brasil

Apesar dos desafios nas negociações, no primeiro bimestre deste ano, a China importou 528,15 mil toneladas de carne bovina, considerando a entrega de todos os fornecedores mundiais.

Desse volume, 75% teve origem de países do Mercosul, sendo que 44% foi comprado do Brasil, seguido por 19% da Argentina e 12% do Uruguai, informa a Agrifatto.