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A melhor época para o exame andrológico

18 agosto 2011 - 12h58Por Adriane Zart

Como ferramenta fundamental para auxiliar o pecuarista no manejo reprodutivo, o exame andrológico completo dos touros serve para evitar perdas econômicas causadas por subfertilidade e infertilidade que acarretarão em baixos índices de fertilidade no rebanho. Estudos recentes no Mato Grosso do Sul demonstram que a freqüência de touros inaptos, somente por restrições seminais, avaliados previamente à introdução em rebanhos de cria, pode variar de 15 a 20%.

Neste sentido, o exame andrológico torna-se fundamental para classificação e prognóstico da função reprodutiva, ao proporcionar a eliminação de animais de baixa fertilidade e apontar indivíduos de maior eficiência reprodutiva, que poderão ser utilizados de forma mais intensiva.

É importante que o exame inclua, além dos aspectos físicos e morfológicos do sêmen, uma avaliação clínica detalhada do animal, com a observação da funcionalidade do sistema locomotor, das condições dos órgãos genitais internos e externos, do estado geral, bem como o histórico da vida reprodutiva e comportamento sexual. Após os exames, as informações são avaliadas e os animais são classificados em aptos para a reprodução; questionáveis, devendo aguardar novos exames; ou inaptos para a reprodução, devendo ser descartados.

Na maioria das propriedades o exame andrológico é feito antes da estação de monta, entre os meses de julho e setembro, época essa em que geralmente a qualidade seminal é baixa. Após longos períodos de repouso sexual, é normal que os touros apresentem maior quantidade de espermatozóides com determinados tipos de defeitos morfológicos. Esse fato é agravado ainda mais pelo estresse que esses animais são submetidos devido às condições climáticas desfavoráveis dessa época.

Em muitas fazendas, os animais sofrem restrições alimentares devido à seca, e, como é o caso do centro-sul do estado, sofrem com o frio e as geadas. Esse conjunto de fatores: repouso sexual prolongado, estresse e más condições alimentares, impedem que os animais demonstrem seu real potencial reprodutivo, mascarando assim os resultados do exame. Levando-se em consideração que na maioria das propriedades o exame dos touros considerados questionáveis não é repetido, tanto por questões de manejo e mão-de-obra, como financeiras, muitos touros acabam sendo descartados sem necessidade.

Para contornar essa situação, uma alternativa interessante é a realização do exame andrológico logo após a estação de monta, entre os meses de fevereiro e março. Nesta época normalmente as temperaturas são amenas e a qualidade das pastagens é boa. Adotando-se esse manejo é possível verificar quais eram as reais condições reprodutivas dos touros ao cobrir as vacas, conferindo maior segurança ao veterinário ao recomendar o descarte de um reprodutor. Além disso, o produtor tem mais tempo para planejar a reposição e pode inclusive realizar a compra antecipada, época em que os preços costumam ser mais baixos.

Os touros descartados nessa ocasião já podem ser castrados e destinados a engorda ou venda, desocupando a pastagem. Os reprodutores considerados aptos a reprodução devem voltar ao curral 30 dias antes da estação de monta, apenas para um exame clínico geral, não sendo necessária uma nova colheita de sêmen.

É importante ressaltar que quando a fazenda produz seus próprios tourinhos, estes devem ser examinados quanto ao seu potencial reprodutivo antes de serem utilizados na estação de monta, diferentemente dos touros adquiridos, que já devem ser comprados com o certificado de exame andrológico.