Fazenda Baía Grande mostra resultados da criação de superbezerros no dia 25
No programa desta semana, o apresentador e presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Francisco Maia recebeu o produtor rural Higino Hernandez e o diretor da Adames Nutrição Animal, Walter Adames. A pauta do encontro foi os resultados dos animais da Fazenda Baía Grande, que fará o abate técnico no dia 21 de novembro e no dia 25 um evento onde serão apresentados os números e resultados obtidos no projeto além de uma palestra com Miguel Cavalcante, do portal BeefPoint, para os produtores.
Maia introduziu a conversa salientando a importância da gestão na propriedade. “Estamos na época de gestão, administrar para buscar resultado. Pensando nisso em abril a Acrissul promoveu um dia de campo na Fazenda Baía Grande no Pantanal para mostrar que seria possível produzir um superbezerro precoce usando bom manejo e boa nutrição. Essas ferramentas juntas produzem uma coisa excepcional: encolhem o tempo. Porque um bezerro com essas mesmas características você poderia abater em três anos e esses bezerros vão abater em até 16 meses usando genética, nutrição e manejo”.
Higino Hernandez lembrou do processo e da proposta da Adames de fazer o confinamento a pasto no lote específico de machos, que começou no início de julho com o animal comendo em torno de 10 kg de ração por dia, para mostrar que com boa nutrição pode-se encurtar o período de abate com ganho para o produtor “Nós vamos mostrar isso de uma forma técnica, com custo de fazenda, custo de confinamento para as pessoas terem acesso à essas informações”, afirmou.
Desde 1999 apresentando animais em leilões, Higino comparava animais e raças no perfil de ganho, e afirma que o bezerro é o grande ganhador, já que com 180 dias ele tem o pico máximo de ganho, onde a conversão é maior. Com estudos sobre a pecuária australiana e norte-americana o produtor afirma que tenta adaptar os conhecimentos para a realidade da região. “A questão da ração no creep feeding é muito bem equilibrada e nós precisamos de ração diferenciada no Pantanal, porque tem uma série de bichos que vão querer comer também, tem que colocar no cocho e o bezerro comer rápido”, pondera.
A base dos bezerros superprecoces é o cruzamento de vacas meio sangue pardo-suíça com touros brahman ou guzerá, fator que proporciona grande ganho na heterose. Na desmama a média dos bezerros foi de 370 kg, com alguns indivíduos pesando 450 kg. Segundo Walter Adames, “com esse peso no desmame fica muito mais barato terminar o gado, já que ele fica menos tempo no cocho”.
Higino Hernandez garante que a forma do trabalho é muito simples, sem grandes complicadores, com atenção especial somente para conhecer o rebanho e o indivíduo. “Com um carimbo de identificação com data de nascimento e número da mãe você começa a identificação e quando você pesa você parte para a seleção e melhoramento do rebanho, começa a ver evolução e apartar seu gado melhor”, explica lembrando que a vaca que é julgada nesse processo, já que a habilidade materna é a base. Conhecendo o gado o trabalho fica mais eficiente e melhora o rebanho por causa dos dados, que permitem eliminar indivíduos ruins e bezerros inferiores.
Maia levantou a questão da preservação ambiental no Pantanal, lembrando que os produtores estão cada vez mais conscientes desta importância e que as indústrias já estão procurando carnes diferenciadas. Higino afirmou que no dia de campo queria realmente mostrar a viabilidade de produção do Pantanal, que recebe a pecuária há centenas de anos, divulgando a vocação da região para a atividade.
O programa será transmitido na terça-feira (18) e será reprisado ao longo da semana às 7h e às 19h pelo Canal Agrobrasil TV ou pelo site www.agrobrasiltv.com.br.