A geada atingiu em Mato Grosso do Sul nos últimos dias vários municípios das regiões Central e Sul, onde está concentrada cerca de 82% da produção de cana-de-açúcar do Estado. Segundo a Associação dos Produtores de Bioenergia (Biosul), o fenômeno pode causar problemas na operacionalização da colheita de matéria-prima nas usinas e até mesmo diminuir a expectativa de produção para o ciclo 2013/2014.

Entretanto, conforme a entidade, o impacto da geada nos canaviais dessas regiões somente poderá ser mensurado, em média, sete dias após o fim do fenômeno, conforme análise do comitê técnico da instituição. A Biosul cita como exemplo o município de Dourados, onde as temperaturas atingiram - 0,7ºC, na madrugada de quarta-feira (24) e, na desta sexta-feira (26), os termômetros marcaram 1,8ºC. Em ambas as noites a geada encobriu as lavouras.

O comitê técnico da Biosul aponta que a geada demanda uma ação imediata por parte das usinas para evitar a perda de qualidade nos canaviais atingidos. “Como cada usina trabalha com uma capacidade de moagem diária, caso não consigam colher as plantas afetadas, a lavoura poderá ser perdida”, explica o presidente da Biosul, Roberto Hollanda Filho. Com isso, as unidades produtoras terão de alterar os projetos de moagem para produção de açúcar, álcool e bioenergia.

Afeta também os canaviais novos

Hollanda diz que nas áreas de plantio (renovação ou expansão) as mudas podem ser diretamente afetadas pelas geadas. “Se as baixas temperaturas aitingirem a gema apical da planta, o replantio da lavoura será necessário, o que implica um investimento muito alto e fora do planejamento inicial das usinas”, explica Hollanda.

Segundo a Biosul, previsões do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) indicam que as temperaturas começam a subir a madrugada desta sexta-feira. Com isso, medidas de controle e manejo do canavial, bem como a reavaliação de safra 2013/2014 da cultura em Mato Grosso do Sul serão discutidas pela entidade.