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Produtos naturais são alternativas para melhorar piscicultura

8 JUL 2012 • POR EMBRAPA • 02h38
Plantas estão sendo testadas para desenvolvimento de tecnologias que melhorem a sustentabilidade ambiental da atividade

  A utilização de plantas medicinais para melhorar as condições de saúde dos peixes criados em piscicultura é tema de pesquisas desenvolvidas pela Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus-AM), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.

Plantas como cipó-alho, cravo-da-índia e alfavaca estão sendo testadas para desenvolvimento de tecnologias que melhorem a sustentabilidade ambiental da atividade. Essas soluções estão sendo testadas para boas práticas de manejo na piscicultura, que possam reduzir riscos ambientais na produção de pescado e prevenir danos à saúde humana.

A proposta dessas pesquisas com plantas medicinais é proporcionar alternativas naturais para substituir produtos químicos que tenham potencial tóxico, quando utilizados na piscicultura. Um exemplo da utilização de produtos naturais para o manejo dos peixes é o eugenol, uma substância encontrada no cravo da índia e também em algumas plantas nativas da Amazônia. 

O pesquisador da Embrapa Luiz Inoue desenvolveu pesquisa em que várias plantas foram testadas como anestésico de peixes e para minimizar problemas no transporte desses animais, principalmente de tambaqui e mantrinxã, peixes originários da Amazôniam que passaram a ser cultivados em várias regiões do Brasil, principalmente por ter boa aceitação comercial. 

– Durante o manejo, os peixes podem se machucar e, consequentemente, isso pode favorecer a manifestação de doenças e morte de animais, alguns dias depois – explica o pesquisador. – O uso dos anestésicos naturais reduz a movimentação excessiva dos animais e o estresse dos peixes, aumentando as chances de sucesso da prática de manejo, eliminando o risco de intoxicação do trabalhador e dos animais – afirma.

Outra pesquisa diz respeito à prospecção de efeitos medicinais do alho e do cipó-alho para a prevenção de doenças do tambaqui, quando criado em gaiolas. A pesquisadora Cheila Boijink explica que a disseminação de problemas relacionados à saúde dos peixes nas estações de piscicultura está relacionada às quantidades e densidade de peixes mais elevadas que as encontradas naturalmente nos rios e lagos.

Nessas condições, os peixes são afetados por microrganismos parasitos oportunistas e com isso os produtores vêm aumentando o uso de produtos químicos para o controle e prevenção de doenças. 

A preocupação com os riscos de intoxicação aos consumidores e a poluição dos mananciais de água motivou as pesquisas em busca de alternativas nas plantas medicinais. A pesquisa também avalia o uso de imunoestimulantes naturais, presentes no alho e cipó-alho, para aumentar a atividade do sistema de defesa dos peixes e protegê-los contra doenças infecciosas e parasitárias. 

– A proposta de uso de produtos naturais com conhecida característica medicinal parece ser alternativa interessante para amenizar esses problemas, proporcionando ainda melhor qualidade do pescado, livre de produtos químicos – afirma a pesquisadora Cheila Boijink, da área de fisiologia e sanidade de peixes.

Outra vantagem na utilização desses produtos naturais é o menor risco ambiental e redução de custos na compra de medicamentos.

– Acreditamos ainda que no futuro próximo os mercados internacionais de peixes vão solicitar cada vez mais alimentos que não tiveram nenhum contato com produtos químicos – acrescenta a pesquisadora.