SUSTENTABILIDADE

Carne Baixo Carbono fortalece pecuária sustentável brasileira, reafirma Embrapa

Protocolo de rastreabilidade de adesão voluntária certifica sistemas produtivos pecuários de corte com foco em menor emissão de carbono, agregando valor aos animais e à carne produzida

24 NOV 2025 • POR Embrapa • 11h14

O Carne Baixo Carbono é um Protocolo de rastreabilidade de adesão voluntária, conforme Lei 12097 e Decreto 7623, que certifica sistemas produtivos pecuários de corte com foco em menor emissão de carbono, visando agregação de valor aos animais e à carne produzida sob tal protocolo. A mitigação de carbono, pelo balanço de carbono do sistema produtivo, se dá pela intensificação produtiva e pela maior eficiência e melhor manejo dos componentes verificados no sistema produtivo, a saber: solo, pastagem, animais e terminação intensiva.

As práticas do sistema produtivo foram parametrizadas, a partir de dados de anos de pesquisa em campos experimentais da realidade produtiva brasileira. O protocolo exige certificação do sistema produtivo do produtor rural e da planta industrial de abate e transformação, para tanto a Embrapa treina Certificadoras independentes e, a fim de representar os animais e a carne produzida sob tais sistemas produtivos certificados, a Embrapa possui e licencia a marca registrada “Carne Baixo Carbono”.

O protocolo é organizado em um modelo de negócios e uma cadeia de valor estruturados com parceiros da esfera pública e privada, e tem ferramentas de avaliação e certificação elaboradas sob princípios MRV - Monitorável, Relatável e Verificável, ou seja, totalmente parametrizado e auditável, seguindo padrões mundialmente aceitos para protocolos de sustentabilidade. Além disto, o processo de certificação é de terceira parte, ou seja, independente.

Acredita-se que o Carne Baixo Carbono será um importante facilitador para o programa ABC (Agricultura de Baixo Carbono), contribuindo para aumentar tanto o nível de adoção dos sistemas produtivos mais sustentáveis no território nacional, como o Sistema de Integração Lavoura-Pecuária - ILP, quanto à produção de carne ecoeficiente e melhor remunerada.

Assim, o público a que se destina o presente Protocolo são os empreendimentos pecuários que realizam a atividade de recria e terminação de gado de corte, com base em pastagens, sem contabilização das árvores do sistema, bem como frigoríficos, certificadoras e ao consumidor sensível à questão ambiental e à sustentabilidade do planeta.

Esta solução tecnológica foi desenvolvida pela Embrapa em parceria com outra(s) instituição(ões).

Os sistemas tradicionais de produção, tanto da floresta plantada para a produção de madeira para celulose, quanto o da bovinocultura de corte, se caracterizam pelo monocultivo. Há atualmente, uma crescente pressão para que tais sistemas modifiquem sua forma atual de produção, na busca de atender aos objetivos de sustentabilidade dos negócios vinculados com a produção de celulose e de carne bovina no Brasil.

Este projeto visa estabelecer as diretrizes para um sistema de produção (integração pecuária-florestas) que integre a produção de madeira para celulose e a produção de carne bovina na mesma área e ao mesmo tempo. Os sistemas de integração pecuária-florestas (sistemas silvipastoris) podem ser usados para mitigar ou neutralizar os gases de efeito estufa emitidos pelo gado. Espera-se proporcionar base científica para que os produtores rurais possam atender ao mercado da ‘carne baixo carbono’ ao mesmo tempo em que comercializam os plantios florestais para a indústria de celulose e papel, obtendo assim uma renda diferenciada nas áreas atualmente destinadas somente para pastagens.