Outubro começa bem para os pecuaristas: "fantasma de baixa" deu lugar à expectativa de alta
"O consumo doméstico ganhou força com o recebimento dos salários, enquanto as exportações de carne bovina in natura seguem em ritmo forte", destaca Felipe Fabbri, analista da Scot
As cotações da arroba do boi gordo subiram ao longo desta semana em importantes praças brasileiras, com destaque para São Paulo, que fechou a sexta-feira (10/10) com o boi gordo “comum” negociado em R$ 307/@ (alta de R$ 2/@ sobre o dia anterior), enquanto o “boi-China” seguiu valendo R$ 310/@, de acordo com dados da Scot Consultoria.
Segundo Felipe Fabbri, analista da Scot, a demanda pela carne bovina está firme e a oferta, apesar de ainda confortável, esteve mais comedida ao longo desta semana, em relação à semana anterior.
“O consumo doméstico ganhou força com o recebimento dos salários, enquanto as exportações de carne bovina in natura seguem em ritmo forte”, destaca Fabbri.
No mês passado, o Brasil embarcou um volume recorde mensal de carne congelada, resfriada e fresca, batendo 314,7 mil toneladas. A China foi o principal destaque das vendas brasileiras no mês passado.
“A programação para o ano novo lunar de 2026 e a proximidade do prazo do resultado da investigação de salvaguarda por parte de Pequim, no fim de novembro/25 – podem ter potencializado o volume de compras”, diz Fabbri, acrescentando que, entre julho e setembro deste ano, a China comprou os maiores volume de carne brasileira da história, com mais de 155 mil toneladas por mês.
“Mantemos nossa expectativa de que, para o médio prazo (último trimestre do ano), o mercado trabalhará de estabilidade a alta, mas com alguns fatores para serem observados: oferta de gado confinado, competitividade com outras proteínas, ritmo da exportação, dólar e a margem da indústria frigorífica”, antecipa Fabbri.