ANÁLISE

Mercado da carne bovina conta com forte volume embarcado pelo Brasil e Argentina sem imposto

23 SET 2025 • POR Por Fabiano Reis • 11h29

O mercado do boi segue sem grandes mudanças nestes últimos dias de setembro, sendo redundante em torno do comportamento de oferta de gado pronto e demanda da indústria frigorífica, mantendo o cenário estável, com pressões pontuais, principalmente, na praça de referência, São Paulo e tendo o Mato Grosso do Sul com os valores mais acelerados.

Somado ao descrito acima, há mudança no cenário sul-americano de carne bovina. Após anunciar e publicar no Diário Oficial da Argentina, nesta última segunda-feira, o corte da taxa de exportação para o complexo soja e milho, a carne bovina, através de mídia social, também teve a confirmação. Aqui no Brasil os cenários têm poucas alterações, com uma demanda doméstica mais contida e exportações de carne bovina bem aceleradas.

O mercado de gado pronto segue com uma estabilidade, às vezes, meio irritante para o pecuarista, mas certamente melhor do que uma pressão negativa mais elevada. As praças de São Paulo têm sofrido a tal pressão mais ferrenha, com valores da arroba do boi comum entre R$ 305,00 e 310,00. Minas Gerais passa por situação semelhante com o valor da arroba em até R$ 305,00, enquanto Mato Grosso conta valores abaixo do piso de R$ 300,00. Em Mato Grosso do Sul o boi gordo é negociado entre R$ 312,00 e R$ 318,00, com escala de abates em torno de seis dias. Todos os valores citados são no prazo de 30 dias.

Nesta segunda-feira o Governo da Argentina, na busca por entrada de dólares, suspendeu o imposto de exportação, “retenciones” até 31 de outubro, ´do milho, da soja, farelo e óleo, derrubando os valores na Bolsa de Chicago. Mais tarde, em uma mídia social o porta-voz da presidência anunciou que farão o mesmo com as carnes. No acumulado do ano a Argentina exportou 449 mil toneladas de carnes bovina, com valores de US$ 2,34 bilhões

Por fim, as exportações da indústria frigorífica de carne bovina, embarcou em 209,6 mil toneladas em três semanas de trabalho, com uma média diária de 13,9 mil ton, 11% acima do mesmo período do ano passado. O preço da tonelada exportada chama ainda mais atenção, em média, o valor é de US$ 6.626 mil, uma alta de 24,6% frente ao mesmo mês em 2024.