Depois de semanas marcadas por incertezas no comércio internacional, o mercado do boi gordo começa a mostrar sinais claros de recuperação. A arroba do boi gordo voltou a subir no mercado físico, e o mercado futuro indica que os preços devem seguir firmes nos próximos meses, uma perspectiva que traz alívio para o pecuarista neste segundo semestre.

Em entrevista ao Terraviva DBO na TV, exibido na quarta-feira, 6 de agosto, o zootecnista Felipe Fabbri, analista da Scot Consultoria, avaliou que os fundamentos continuam sólidos.

“A expectativa é muito mais para um viés de alta nos próximos meses do que para um viés de baixa”, afirmou.

Ele citou que os contratos futuros para outubro estão atualmente na faixa de R$ 335 por arroba, se aproximando dos R$ 350 já registrados em momentos anteriores deste ano, um movimento que reflete a confiança dos agentes do mercado.

Entre os fatores que sustentam essa recuperação estão o aumento da demanda interna no segundo semestre do ano, a menor participação de fêmeas nos abates e o alívio vindo da China, que decidiu adiar por três meses a possível imposição de uma salvaguarda tarifária sobre a carne brasileira.

No mercado externo, julho marcou uma virada importante, com os Estados Unidos deixando de ser o segundo maior destino da carne bovina brasileira e sendo superados pelo México.

“Julho já mostrou uma resiliência em encontrar outros mercados”, disse Fabbri.

Arábia Saudita, Rússia e a própria China também ampliaram as compras, o que contribuiu para o maior volume mensal de exportações da história, totalizando 276 mil toneladas.