Tarifaço dos EUA: BB avalia que frigoríficos conseguirão redirecionar exportações de carne bovina
Tarifas americanas ampliam exposição ao risco de companhias sucroenergéticas, afirma Banco do Brasil
O Banco do Brasil considera que as empresas frigoríficas listadas na B3 mantêm as condições para redirecionar parte das exportações que iam para os EUA para outros países. Isso porque o custo do boi gordo do Brasil em dólar ainda é bastante competitivo em comparação com os principais produtores mundiais (Argentina, Uruguai, Chile, Paraguai, Estados Unidos, União Europeia e Austrália).
“Além disso, o Brasil é referência mundial em sanidade animal, tendo sido reconhecido como livre de febre aftosa pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), além de estar habilitado para exportar carne bovina para mais de 150 países”, justificou o banco em relatório a clientes.
Vale pontuar que os dados preliminares da Secex, referente às três primeiras semanas de julho, apontam para crescimento de 24,5%, em comparação ao mesmo período de 2024, no volume de carne bovina exportada, indicando demanda aquecida pela carne bovina brasileira em outros destinos.
Nos próximos dias, os frigoríficos impactados pelas tarifas americanas (Marfrig e Minerva) divulgarão os resultados do segundo trimestre, oportunidade em que provavelmente farão comentários sobre o impacto das tarifas em suas operações. Até a entrada em vigor das tarifas, os frigoríficos alongaram suas escalas de abate e, em algumas unidades, foram dadas férias coletivas.
A Marfrig, por exemplo, informou a paralisação da produção de seu complexo industrial de Várzea Grande, em Mato Grosso, destinada aos Estados Unidos, a partir de 17 de julho de 2025. “Esse movimento dos frigoríficos trouxe alívio à cotação do boi gordo no período, cujo preço médio ao longo do mês de julho foi de R$ 300/arroba, queda de 4% ante o mês imediatamente anterior”, afirmou o banco.