Três doenças principais preocupam em MS
Como qualquer planta, a cana de açúcar também é alvo de doenças. São 180 no mundo todo, mas no Brasil existem hoje 35 identificadas. Dessas, três são causadas por vírus, seis por bactérias e 26 por fungos, conforme foi pesquisado pelo Centro de Tecnologia Canavieira - CTC.
Conforme explicou o coordenador de Pesquis Tecnológica do centro, Enrico De Beni Arrigoni, dentre as várias ocorrências de doenças ele destaca três mais importantes: bicudo da cana, broca gigante e ferrugem alaranjada.
A que mais ameaça os canaviais de Mato Grosso do Sul é, segundo Enrico Arrigoni, o bicudo da cana, que deve se alastrar rapidamente por todas as regiões canavieiras. "Ela já foi encontrada em Mato Grosso do Sul mas ainda não foi registrada oficialmente", afirmou.
A broca gigante já foi encontrada no Estado de Mato Grosso e não ainda em MS, porém, existe risco de que possa chegar ao Estado.
E finalmente, a ferrugem alaranjada é considerada uma doença que tem se alastrado bastante, no entanto, segundo o pesquisador do CTC já está controlada sua incidência, não representanto tanto risco as lavouras de cana como as duas primeiras.
Doenças
A ferrugem alaranjada pode causar perdas entre 10% e 30% em toneladas/hectare/ano, pode causar prejuízos de R$ 1.000,00 por hectare/ano se não for controlada. A ferrugem marrom, de 10% a 40% em tonelada de cana por hectare/ano podendo o prejuízo atingir R$ 1.400 por ha/ano.
Áreas infestadas pelo bicudo da cana poderão registrar perdas médias de 25 toneladas por hectare/ano, o que significaria prejuízo de R$ 1.060 por hectare/ano.
A broca gigante, segundo o CTC, para cada 10% de tocos atacados ocorrem perdas de R$ 630 por hectare/ano.
Outra doença que tem surgido nos canaviais brasileiros, especialmente depois que a colheita mecanizada foi implantada é a podridão abacaxi, que causa perdas de 30% a 100% da produção, com prejuízos de R$ 3.400 por hectare.
A doença mosaico pode causar perdas que variam entre 5% e 85% em toneladas de cana por hectare/ano, sendo que os prejuízos financeiros podem atingir até R$ 2.900 poe hectare/ano.
Desde que começou a ser reduzida a queima da cana, especialmente no Estado de São Paulo, com a manutenção da palha nas lavouras, surgiu a doença cigarrinha da cana, que age nos mesmos moldes da cigarrinha das pastagens. Em áreas infectadas com a cigarrinha da cana ocorrem perdas médias de 14 toneladas por hectare/ano, o que significa prejuízo de R$ 590 por hectare/ano.