Pecuária

Mercado brasileiro do boi gordo fecha a semana em marcha lenta

Volume negociado de forma equilibrada entre pecuaristas e indústrias assegurou o atendimento das escalas de abate, contribuindo para a estabilidade nos preços da arroba

19 AGO 2024 • POR Portal DBO • 16h01
Reprodução

Ao longo desta semana, o mercado brasileiro do boi gordo se manteve praticamente estável, com frigoríficos adotando uma postura prudente, comprando volumes mínimos de boiadas gordas, já que é esperada uma redução no consumo doméstico de carne bovina nesta segunda quinzena de agosto (devido à queda sazonal no poder de renda da população), relatam os analistas da S&P Global Commodity Insight.

Em São Paulo, diz a S&P Global, os preços do boi gordo e da vaca gorda permaneceram inalterados, refletindo uma oferta ajustada pelos pecuaristas, que buscam proteger suas margens em um cenário incerto.
Na avaliação da Scot, o volume de bovinos ofertados tem sido suficiente para manter as escalas de abate de abate dos frigoríficos paulistas, que atualmente atendem de 5 a 10 dias úteis.

Com isso, reforça a Scot, o boi gordo segue andando de lado, negociado em R$ 230/@, enquanto a vaca e a novilhas gordas são vendidas por R$ 207 e R$ 220/@ respectivamente ( preços brutos e a prazo). O “boi-China” (base SP) está apregoado em R$ 235/@, com ágio de R$ 5/@ sobre o animal “comum”.

De acordo com análise da Agrifatto, os contratos a termo e a chegada de animais terminados em confinamento, além das negociações estrategicamente dosadas entre pecuaristas e frigoríficos, sustentaram a manutenção dos preços no mercado físico nas 17 regiões produtoras monitoradas pela consultoria.

“O volume negociado de forma equilibrada entre produtores e indústrias  assegurou o atendimento das programações em dez dias, em nível nacional”, ressalta a Agrifatto.

Nesta sexta-feira (16/8), segundos os dados da Agrifato, o preço do boi gordo em São Paulo permaneceu em R$ 237,50 (valor médio entre o boi “comum” e o “boi-China). Nas outras 16 regiões, a média também seguiu estável, em R$ 221,10/@. “Pelo terceiro dia consecutivo, as 17 praças acompanhadas mantiveram suas cotações inalteradas”, informa a consultoria.

Entressafra
Segundo a S&P Global, o clima seco que se intensificou nas últimas semanas em diversas regiões produtoras do Brasil tem impactado diretamente o mercado pecuário.

“A falta de chuvas compromete a qualidade das pastagens e, consequentemente, a oferta de animais prontos para abate”, observam os analistas da S&P Global.

No entanto, continua consultoria, espera-se que a entrada no mercado de animais terminados em confinamento continue contribuindo para a manutenção da oferta nos próximos meses, especialmente com a saída do segundo giro de confinamento nos meses de setembro e outubro.

Futuro sobe
No mercado futuro, após a desvalorização geral registrada na B3 na quarta-feira (14/8), nesta quinta-feira, todos os contratos tiveram ajustes positivos. O contrato com vencimento em janeiro de 2025 destacou-se, fechando a R$249,05/@, ligeiro aumento de 0,40% em comparação ao dia anterior.

Varejo/atacado
As negociações nos mercados varejista e atacado de carne bovina seguem fracas, influenciadas pela lentidão no escoamento dos estoques, relata a Agrifatto. “Os preços que vinham estáveis durante a semana já mostram indícios de perda de sustentação”, observa a Agrifatto.

Analistas da S&P Global informam que outras proteínas, como aves e suínos, têm registrado uma movimentação mais ativa, tanto em termos de oferta quanto de procura.

“A demanda aquecida por essas carnes alternativas tem pressionado os preços para cima, especialmente no caso dos suínos”, afirma a consultoria.

Embarques aquecidos
No âmbito das exportações, os dados preliminares de agosto/24 mostram um crescimento robusto nas vendas externas das principais proteínas, com destaque para a carne bovina, que registrou um aumento de 18,6% no volume médio diário embarcado, em relação ao mesmo período do ano anterior.

“Esse avanço ressalta a importância do mercado externo para o escoamento da produção nacional, especialmente em um momento de retração da demanda interna”, destaca a S&P Global.

Preços dos animais terminados apurados pela Agrifatto na sexta-feira (16/8):

São Paulo — O “boi comum” vale R$235,00 a arroba. O “boi China”, R$240,00. Média de R$237,50. Vaca a R$210,00. Novilha a R$220,00. Escalas de abates de onze dias;

Minas Gerais — O “boi comum” vale R$225,00 a arroba. O “boi China”, R$230,00. Média de R$227,50. Vaca a R$205,00. Novilha a R$215,00. Escalas de abate de nove dias;

Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$235,00 a arroba. O “boi China”, R$240,00. Média de R$237,50. Vaca a R$210,00. Novilha a R$220,00. Escalas de sete dias;

Mato Grosso — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$212,50. Vaca a R$195,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de nove dias;