Mercado

Frigoríficos seguem na queda de braço e ditando o rumo dos preços do boi

Excesso de oferta de animais terminados neste início do período seco e, consequentemente, o avanço nas escalas de abate elevam pressão negativa sobre os valores da arroba

29 MAI 2024 • POR Portal DBO • 15h14
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O mercado físico do boi gordo opera em um ambiente de grande pressão negativa sobre os preços da arroba, relatam as consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário brasileiro.

Neste momento, diz a Agrifatto, muitos pecuaristas enfrentam desafios decorrentes do avanço do outono e, consequentemente, do clima seco que marca a transição entre a safra e a entressafra, o que diminui a capacidade de retenção dos animais nas pastagens já desgastadas.

“Tal condição provoca um excesso de oferta de animais terminados, levando a pressão negativa sobre os valores da arroba”, acrescenta a consultoria.

Na outra ponta do mercado, continua a Agrifatto, as indústrias frigoríficas buscam negociar (as compras de lotes de boiadas gordas) apenas o essencial para manter as escalas confortáveis em 15 abates, na média nacional.

“É relevante observar que muitos frigoríficos já têm as programações preenchidas para até junho/24 e, com isso, preferem evitar novas negociações, visando controlar as escalas e os preços do boi gordo”, observa a Agrifatto.

Na visão dos analistas, o quadro de excesso de oferta de animais gordos pode persistir por várias semanas.
“Contudo, é possível que ocorra um movimento de valorização nos preços do boi gordo a partir da segunda quinzena de julho ou início de agosto, impulsionada pela maior demanda do mercado interno e dos compradores internacionais, associada com o período de redução na oferta de boiadas gordas (entressafra)”, avaliam os analistas da Agrifatto.

Cotações atuais – Na praça de São Paulo, os preços da vaca e da novilha gordas sofreram queda de R$ 1/@ nesta terça-feira (28/5), chegando em R$ 202/@ e R$ 212/@, respectivamente (valores brutos, no prazo), segundo apuração da Scot Consultoria.

“Com a queda da temperatura, as ofertas de animais terminados aumentaram, enquanto o escoamento da carne bovina no mercado interno segue lento”, relatam os analistas.

A Scot detectou estabilidade nos preços do boi gordo “comum” e do “boi-China” nesta terça-feira, em São Paulo – as categorias seguem valendo R$ 222/@ e R$ 227/@, respectivamente (preços brutos e a prazo).

De acordo com levantamento da Agrifatto, nesta terça-feira (28/5), o boi gordo é negociado por R$ 220/@ no mercado paulista (valor médio entre o animal terminado “comum” e o “boi-China).

No mercado futuro, o contrato com vencimento para junho/24 ficou cotado em R$ 226,70/@ na segunda-feira (27/5), com recuo de 0,35% no comparativo diário.

Preços dos animais terminados apurados pela Agrifatto na terça-feira (28/5):
São Paulo — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China”, R$225,00. Média de R$220,00. Vaca a R$200,00. Novilha a R$210,00. Escalas de abates de quinze dias;

Minas Gerais — O “boi comum” vale R$195,00 a arroba. O “boi China”, R$205,00. Média de R$200,00. Vaca a R$180,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de quinze dias;

Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de treze dias;

Mato Grosso — O “boi comum” vale R$200,00 a arroba. O “boi China”, R$210,00. Média de R$205,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de treze dias;