Integração lavoura-pecuária é aposta para recuperar áreas degradadas
Produtores rurais de Mato Grosso do Sul têm apostado mais na integração lavoura-pecuária e no sistema silvopastoril nos últimos três anos, segundo o engenheiro agrônomo e assessor da multinacional Bunge, Ademilson Palharin. Na manhã de hoje, ele encontrou universitáiros e empresários no auditório da Associação dos Criadores de MS (Acrissul) para uma conversa sobre o tema. A palestra é parte da programação da Expogrande 2010, que segue até 28 de março, no Parque de Exposições Laucídio Coelho, em Campo Grande.
De acordo com o engenheiro, a intensificação da pesquisa na área deu impulso à atividade. A Bunge é mantenedora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o que faz resultados de estudos da instituição chegarem mais rápido ao mercado, por meio de soluções e produtos desenvolvidos pela multinacional.
Ele recomenda a integração lavoura-pecuária principalmente em áreas de pastagem degradadas, como ocorre na região de Ribas do Rio Pardo, no interior do Estado. Já em Três Lagoas, onde fábricas de papel e celulose consomem toneladas de eucalipto, a opção mais acertada é no sistema silvopastoril, que prioriza o cultivo da planta junto à criação de animais.
“O produtor só tem a ganhar, ele diversifica a renda e melhora o pasto. Muitos deles têm visto que no período de estiagem as plantas têm resistido mais, como milho e soja”, analisa Palharin.
Fertilizantes
Antes do início da palestra, que também tratou de fertlizantes, um representante da companhia explicou a transação com a Vale do Rio Doce, que assumiu parte da produção da empresa. Ele garantiu que a Bunge vai manter a comercialização do produto, que chega ao consumidor sob três marcas, como Manah.
Apesar do alto consumo de fertilizantes no Brasil — 5,6% do total vendido no mundo em 2009 —, a produção é limitada a poucas empresas, das quais a Fosfértil é líder. Nas últimas semanas, o governo federal chegou a cogitar a criação de estatal para suprir a demanda. Este papel, até então, é de um braço da Petrobras, que já admite a construção de outras fábricas de fertilizantes — Três Lagoas está no páreo, ao lado de cidades em Minas Gerais e Espírito Santo.
Além do gás natural usado na produção e diversidade de meios de escoamento, a cidade está em um estado que consome, em média, 1 milhão de toneladas de fertilizantes por ano. Em todo o planeta, 172 milhões de toneladas são consumidos anualmente, segundo o engenheiro da Bunge.