Frigoríficos em Campo Grande são usados como garantia de ressarcimento
A JBS deixou os dois frigoríficos em Campo Grande como garantia de ressarcimento aos cofres públicos pelo não cumprimento dos acordos em troca de incentivos fiscais. O bloqueio dos imóveis consta no acordo assinado na tarde desta terça-feira (24), envolvendo Assembleia Legislativa, governo e empresa.
Os frigoríficos vão continuar operando normalmente, mas não poderão ser vendidos. Além desses imóveis, a garantia também abrange três matrículas de terra, localizadas atrás do Aeroporto Internacional de Campo Grande.
Juntas, as unidades bloqueadas têm 391 hectares, além das construções. O valor contábil dos imóveis informado é de R$ 756 milhões.
O documento foi assinado pelos deputados Junior Mochi (presidente da Assembleia Legislativa), do PMDB; Paulo Corrêa (presidente da CPI), do PR; Pedro Kemp, do PT; e Eduardo Rocha, do PMDB; por auditores fiscais e será assinada por representante da empresa.
Uma auditoria irá avaliar o valor dos imóveis deixados como garantia, conforme a assessoria de imprensa de Paulo Corrêa.
O objetivo do acordo foi de manter os empregos e investimentos da holding J&F em Mato Grosso do Sul.
Ação e reação
A Justiça chegou a bloquear bens da JBS, atendendo pedido da CPI que investiga irregularidades na concessão de incentivos fiscais à empresa. Como reação, a empresa suspendeu as atividades de sete unidades em Mato Grosso do Sul.
Temendo a perda dos empregos, funcionários protestaram na Assembleia Legislativa. A pressão deu resultado e foi feito um acordo com a empresa para garantir os empregos. A JBS afirma ter 15 mil funcionários no Estado.