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Cronograma falha e pavimentação de BR-163 entre Mato Grosso e Pará chega a 50%

05 junho 2012 - 02h17Por Agrodebate
Cronograma falha e pavimentação de BR-163 entre Mato Grosso e Pará chega a 50%

  A previsão do Governo Federal de concluir ainda em 2012 a pavimentação da BR-163 ligando os estados de Mato Grosso e Pará não se cumprirá. Isto porque até o primeiro semestre do ano aproximadamente 50% (48,2%) dos 1.089 quilômetros em execução entre as cidades de Guarantã do Norte, a 721 km de Cuiabá, até Santarém foram concluídos. É o que indica o Movimento Pró-Logística, formado pela junção de várias entidades do setor produtivo mato-grossense. A maior extensão em obras localiza-se dentro do território paraense. Enquanto isso, no estado vizinho os 50 km ligando Guarantã até a divisa foram finalizados.

O andamento dos trabalhos nas regiões promete ser um verdadeiro desafio. Em meio à rodovia dois contrastes se sobrepõem. De um lado, o asfalto levando desenvolvimento econômico para as cidades localizadas às suas margens. Em outro extremo, muita terra, poeira e lama nos trechos sem pavimento.

Considerada importante elemento estrutural na conectividade Norte-Sul do Brasil, a rodovia Cuiabá-Santarém favorecerá, além do barateamento da produção agrícola -especialmente de Mato Grosso - o desenvolvimento de várias comunidades. 

Na última semana, uma comitiva de Mato Grosso - formada por entidades do setor produtivo - percorreu os mais de mil quilômetros entre os dois estados. Atraso nas obras, empreiteiras com serviços paralisados e pontes inacabadas foram algumas das constatações. 

Presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Carlos Fávaro diz que os serviços no trecho evoluíram, mas não na velocidade esperada. "Ainda há muitas empresas com velocidade reduzida. É preciso ter mais dedicação e mais máquinas no trecho", cobrou. O setor já ensaia pressionar o governo para que cobre agilidade nos trabalhos.

Para a agricultura mato-grossense, a conclusão da rodovia é encarada como uma espécie de 'carta de alforria', pontua Carlos Fávaro. "Será a carta de alforria para Mato Grosso e Pará. É a oportunidade do Brasil ficar eficiente sem ficar entulhando os portos do Sul e Sudeste do país e exercer a nossa vocação que é exportar pelos portos do arco Norte", mencionou o presidente da Aprosoja.

Diretamente ao setor agro, proporcionaria mudança na rota de escoamento. Ou seja, desvia-se o foco do Sudeste do Brasil e adota-se a região Amazônica como uma opção na hora de encurtar em mais de 2 mil quilômetros a distância para enviar grãos para o mercado externo. O misto de portos disponíveis, a exemplo de Itacoatiara (PA), Vila do Conde (PA), Outeiros (PA), Santana (AP), Santarém (PA) e Miritituba (PA) são atrativos. 

Em Santarém, a localização estratégica do porto, próximo à confluência com o rio Amazonas, abrangendo os municípios do médio do Amazonas e dos vales dos rios Trombetas e Tapajós, favorecerá o transporte de grãos. Além de receber todos os produtos que pela BR-163 chegam, o estabelecimento também absorverá todas as barcaças que saem de Porto Velho (RO).

É na área do porto onde citua-se um terminal da Cargill Agrícola. Como menciona Vanderlei Daniel Sebben Filho, gerente da Comissão de Logística e Estratégias de Desenvolvimento da Aprosoja, nele movimentam-se aproximadamente 1 milhão de toneladas por ano. "Quando a BR-163 ficar pronta os portos vão ter que ampliar a capacidade. Somente a Cargill pretende aumentar de um para três milhões de toneladas. Esperamos que se instalem também outras unidades para receber a produção de grãos", ponderou Sebben. 

Fala semelhante a de Carlos Fávaro, presidente da Aprosoja. "Com a infraestura voltada para os portos do norte nós vamos ganhar competitividade. Nos momentos mais difíceis do mercado internacional vai ser mais fácil para MT se manter ativo nos momentos de crise", lembrou.

Preocupação

Edeon Vaz Ferreira, coordenador-executivo do Movimento Pró-Logística diz que o cronograma de obras vai depender principalmente do andamento dado pelas empresas. Responsável pelos levantamentos realizados na estrada, Ferreira destaca que em quesito prazo, os estados poderão usufruir da rodovia somente em 2015.

"Acredito que ainda teremos esta rodovia pavimentada até Miritituba até novembro do próximo ano. Mas o trecho até Santarém, que é mais complicado e passa pela Vila do 30 até Rurópolis, não foi feito nada porque a empresa não fez nada, pois quebrou. Há chances de estar totalmente pronta até 2014".

Empresas ainda preocupam. "Vamos fazer reunião com as empresas e conversar sobre o cronograma. Se estão tendo alguns problemas. De qualquer maneira, vamos levar a diretoria do DNIT e Ministério dos Transportes", complementou. 

O Ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passo informou apenas que o governo pretende entregar até o próximo ano a rodovia pronta até Miritituba. "A meta é concluir até o próximo ano a pavimentação até Miritituba, onde há uma área industrial forte e empresas do agronegócio", manifestou.