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Agropolos devem elevar produção de hortifrútis em 123%

12 agosto 2011 - 11h12Por Correio do Estado

Elevar em 123% a produção de hortifrutigranjeiros em Campo Grande, que atualmente é de 5,8 mil toneladas/ano, saltando para 13,7 mil toneladas anulamente. Esta é a proposta do projeto Agropolo, que em oito meses de pesquisa traçou o diagnóstico sobre a realidade dos produtores rurais do município. O levantamento técnico, contratado pela Prefeitura de Campo Grande por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Econômico, de Ciência e Tecnologia, Turismo e do Agronegócio (Sedesc), procurou identificar a realidade dos pequenos produtores rurais e, assim, viabilizar melhorias e identificar as potencialidades de cada comunidade. Participaram das entrevistas 912 famílias de 18 associações de produtores.

“Chegou a vez do homem do campo. Nunca o poder público esteve, de fato, tão voltado para a questão, no sentido de promover ações que efetivamente vão direcionar o desenvolvimento desses produtores locais, como está acontecendo. Campo Grande tem capacidade produtiva. Temos os recursos naturais a nosso favor e o prefeito, quando me pediu para administrar a secretaria do Agronegócio, me pediu para zelar pelo produtor rural e é essa a idéia. O caminho foi apontado e, agora, assumimos uma responsabilidade maior com a classe dos produtores e vamos orientá-los para atingirmos os índices apontados pelo estudo, que identificou a capacidade produtiva de cada região”, comentou o vice-prefeito Edil Albuquerque.

O diagnóstico mostra que Mato Grosso do Sul consome, atualmente, o equivalente a 137,5 mil toneladas por ano de hortifrutigranjeiros. A produção local é de aproximadamente 22,4 mil t/ano, o que representa 17,23% do total consumido. Especificamente em Campo Grande, a produção se aproxima de 5,8 mil t/ano, o que representa 4,21% do total comercializado na Central de Abastecimento (Ceasa).

A partir da pesquisa, os técnicos do Instituto Agropolo, que vieram do Ceará para implantar o projeto, propuseram o crescimento de 10% do que é produzido no Estado, o que representa 13,7 mil t/ano, equivalente a 123% sobre a oferta do que é produzido em Campo Grande.

Primeiros dados

De imediato, foram identificados dois pontos de estrangulamento: a pequena estrutura do sistema de irrigação no período de seca, e a dificuldade do cultivo na estação chuvosa. Com um sistema de irrigação eficiente e a utilização do cultivo protegido (plasticultura e estufa), os produtores poderão manter a oferta de produtos durante todo o ano.

O prefeito Nelsinho Trad destacou a eficiência do diagnóstico, que vai permitir que a prefeitura direcione as ações e apresente projetos com expressivo embasamento técnico na busca de recursos junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), entre outros. “Tive a oportunidade de ir ao Ceará e pude comprovar como o Estado se destacou nacionalmente na produção de melão e flores, após a utilização de irrigação e cultivo protegido. E é isso que temos como objetivo: desenvolver todo o potencial de produção que Campo Grande possui”, enfatizou Nelsinho.

O presidente do Instituto Agropolo do Ceará, Ricardo Sabadia, responsável pela coordenação dos trabalhos em Campo Grande, explicou que, de maneira ordenada e objetiva, é possível ganhar esse mercado. “O que apresentamos foi a ferramenta para que a Prefeitura implante o seu Instituto Agropolo e possa dinamizar os trabalhos na busca por organizar a produção e criar uma nova dinâmica junto dos produtores rurais, que estão ansiosos e acreditam no resultado. Há muito o que se explorar em Campo Grande e o prefeito demonstrou seu empenho em promover essa mudança na vida do homem do campo”, considerou.

Segundo Sabadia, aumentar a produção local em 123%, num primeiro momento, pode parecer audacioso, mas ele garante que o programa permite isso. “Há onze anos trabalhando com isso, já vi mudanças significativas na vida de muita gente que passou para um processo novo e, até então, não ganhavam nada e hoje podem fazer opções e oferecer uma vida melhor para a família”, ressaltou o consultor cearense.

Neste contexto, o coordenador do Agropolo reforça que o grande objetivo do projeto Agropolo é promover essa transformação na vida dos produtores rurais. “É bastante comum encontrar produtores que passaram pelo processo e tiveram sua vida afetada pelo progresso e vêm me dizer: Doutor, agora eu posso pagar uma escola privada para o meu filho e quando ele precisa levo num médico particular. Acredito que o dinheiro que entra para essas famílias permite que ele possa fazer opções, além daquelas que são impostas para os que não têm viabilidade econômica. No final, haverá mudança positiva na geração futura, com pessoas novas, mais educação, mais empreendedorismo. Gente com vontade de mudar as coisas”, finalizou Sabadia.

O Projeto Agropolo foi elaborado com base em indicadores econômicos e sociais de produção, produtividade, renda, mercado, sustentabilidade social e ambiental. Além disso, foram avaliados fatores como a comercialização dos produtos, recursos hídricos, solos e potencial de mão de obra.

Fases do Estudo: visitas e reuniões aos locais para preenchimento de questionários; estudo dos principais mananciais, suas localizações, quantidade e qualidade da água disponível para utilização na produção; estudo das principais variedades de produtos indicados para cada região; estudo de mercado dos produtos a serem selecionados e treinamento e capacitação dos técnicos e produtores rurais.

Este estudo indica a necessidade da realização de cursos de capacitação voltados para os agricultores familiares com o objetivo de desenvolver conhecimentos relacionados ao associativismo e cooperativismo.